Avon terá que pagar indenização de US$ 40 mi a uma mulher nos EUA

Justiça condenou a empresa após uma mulher de 76 dizer que produtos contaminados contribuíram para um câncer; em nota, Avon diz que vai recorrer

Jurados concluíram que a administração da Avon sabia que o talco nos produtos da empresa representava um risco de câncer
Por Jef Feeley
16 de Dezembro, 2022 | 08:16 PM

Bloomberg — A Avon Products, que pertence à Natura (NTCO3), foi condenada pela Justiça da Califórnia a pagar US$ 40 milhões a uma mulher de 76 anos que culpou o talco de seus cosméticos pelo câncer.

O veredito proferido em favor de Rita Chapman foi a primeira perda da empresa em um litígio nos Estados Unidos sobre talco em seus produtos. Jurados em Los Angeles concluíram na quarta-feira (14) que os produtos da Avon continham talco contaminado com amianto que contribuiu para o mesotelioma de Chapman, de acordo com documentos.

O pagamento de US$ 40 milhões destina-se a cobrir custos médicos. O mesmo júri também avaliará se a Avon – que foi adquirida pela Natura (NTCO3) em 2020 – também deve pagar danos punitivos.

Outro lado da Avon

A Avon respondeu em nota para a Bloomberg Línea: “Temos plena confiança na qualidade e na segurança de cada produto que vendemos, sempre rigorosamente testados. Estamos decepcionados com o veredicto e buscaremos todos os meios disponíveis para apelar. A Avon discorda dessa decisão, que ainda não é final e contra a qual recorrerá para buscar sua reversão.”

PUBLICIDADE

Processos contra a empresa

A Avon – antes conhecida por sua força de vendas de porta em porta – enfrentou quase 130 processos sobre o talco em 2020, de acordo com os autos. Nesse mesmo ano, a empresa disse que estava removendo o talco de seus produtos, que agora são amplamente comercializados fora dos EUA.

No caso de Chapman, os jurados concluíram que a administração da Avon sabia que o talco nos produtos da empresa representava um risco de câncer, mas falhou em alertar os consumidores, de acordo com uma cópia do veredito. Eles também descobriram que os executivos da Avon agiram com “malícia, opressão ou fraude” ao esconder os riscos à saúde dos produtos.

Chapman, residente em Scottsdale, Arizona, foi diagnosticada com mesotelioma, uma forma de câncer intimamente ligada à exposição ao amianto em 2021, de acordo com documentos judiciais.

O veredito da Avon também ocorre no momento em que um tribunal federal de apelações avalia se a Johnson & Johnson (JNJ) pode continuar a usar o pedido de falência de uma unidade para continuar suspendendo milhares de casos apresentados por mulheres que culpam seus cânceres pelo talco em seu icônico produto para bebês.

Várias empresas abandonaram as formulações à base de talco nos últimos anos em face de uma onda de processos sobre câncer. O talco é frequentemente encontrado na mesma pedra que o amianto, que os pesquisadores rotularam como um potente cancerígeno.

A matéria-prima foi usada em cosméticos e outros produtos para absorver a umidade, evitar o endurecimento e adicionar maciez.

- Com informações da Bloomberg Línea.

PUBLICIDADE

- Matéria atualizada às 12h10 de 17 de dezembro para incluir o posicionamento oficial da Avon.

Veja mais em Bloomberg.com

Leia também

Chocolate ESG: a aposta da Dengo no modelo que fez da Natura uma gigante global

Rihanna contraria indústria mundial e leva Fenty Beauty a 8 países da África