Bloomberg Línea — Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças. Bom dia e ótima leitura!
O mercado ainda aguarda os próximos dias para uma indicação mais concreta do que pode trazer o novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva, eleito no domingo (30) para seu terceiro mandato como presidente. Enquanto se aguarda por novas pistas - principalmente dos nomes dos ministros -, alguns bancos e empresas de análises já apontam em quais setores estão as oportunidades.
Ações de empresas ligadas ao varejo devem ser o principal destaque na bolsa brasileira após a vitória do ex-presidente Lula (PT) nas eleições presidenciais, segundo o Goldman Sachs.
Em relatório, o time liderado por Irma Sgarz avalia que as expectativas de um apoio contínuo à renda e um potencial programa de reestruturação da dívida do consumidor – que estão entre as propostas apresentadas – podem ser vistas como favoráveis ao consumo.
Apesar de os prognósticos para o crescimento econômico em 2023 serem mais contidos, a avaliação do Goldman Sachs é de que para o consumo o cenário é construtivo. O banco lembra que Lula afirmou que manterá um programa social de transferência para famílias de baixa renda (cerca de R$ 160 bilhões anualizados ou 1,5% do PIB de 2023).
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No radar dos Mercados
A sessão inaugural de novembro é também a véspera da decisão do Federal Reserve (Fed) os juros dos Estados Unidos. Os investidores levam em conta a perspectiva de que o ciclo de alta das taxas pode se flexibilizar mais cedo do que tarde e aproveitam preços de oportunidade, enquanto analisam os dados trimestrais das companhias abertas. O cenário conta também com a ameaça dos EUA de criar um pedágio fiscal para lucros recordes no setor de energia e a previsão de imposto maior para os cidadãos do Reino Unido.
Um conjunto de indicadores industriais e o relatório JOLTs de emprego dos EUA serão colocados na balança hoje. No mercado asiático, o sinal foi positivo em meio a rumores sobre a criação de um comitê para analisar a desescalada da política Covid Zero.
💰 Penalizando lucros. Os mercados reagiram mal à intenção do presidente dos EUA Joe Biden de cobrar mais impostos de empresas do setor de energia, incluindo petrolíferas, que apresentarem lucros recorde sem reinvestir em produção. De todo modo, há ceticismo entre analistas de que o apelo de Biden seja atendido pelo atual Congresso, a menos que o Partido Democrata tenha resultado favorável nas eleições da próxima semana.
🎩 Sem conta mágica. O primeiro-ministro do Reino Unido Rishi Sunak alertou ser “inevitável” que todos os britânicos paguem mais impostos, especialmente os mais ricos, para colocar as finanças públicas do país em ordem. O plano econômico está sendo desenhado com o chanceler do Tesouro Jeremy Hunt e deve ser apresentado no próximo dia 17.
🏦 Credit tem esperança. O Credit Suisse avisou que não está à venda. Mesmo passando por uma profunda reestruturação, o tradicional banco suíço aposta em uma retomada. Para isso, pretende levantar US$ 4 bilhões mediante oferta de ações. O plano da instituição de aumento de capital envolve um pool com 20 bancos.
🟢 As bolsas ontem (31): Dow Jones Industrials (-0,39%), S&P 500 (-0,75%), Nasdaq Composite (-1,03%), Stoxx 600 (+0,35%), Ibovespa (+1,31%)
As bolsas norte-americanas fecharam o último pregão de outubro em baixa, reduzindo os ganhos acumulados no mês, à medida que os investidores dividem a atenção entre a decisão do Fed sobre juros, amanhã, e monitoram os balanços das empresas. Os papéis de energia foram afetados pela intenção do presidente Joe Biden de impor impostos mais elevados aos produtores do setor que reportem lucros recorde.
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Agenda
Esta é a agenda prevista para hoje:
• EUA: Gastos com Construção, Índice ISM de Manufatura, Índice Redbook, PMI Industrial/Out, Índice JOLTS de Oferta de Emprego/Set, Estoques de Petróleo Bruto
• Europa: Reino Unido (Índice de Preços de Imóveis/Out, Índice de Preços no Varejo-BRC, PMI Industrial/Out); Alemanha (Índice de Preços de Bens Importados/Set)
• Ásia: Japão (Atas da Reunião de Política Monetária) Hong Kong (Vendas no Varejo/Set)
• América Latina: Brasil (Ata do Copom, Produção Industrial /Set, Balança Comercial/Out); México (PMI Industrial/Out); Argentina (Receita Tributária)
• Balanços: Eli Lilly, Pfizer, Toyota, BP, Advanced Micro Devices, Sony, Mondelez, Airbnb, Uber, Marathon Petroleum, Devon Energy, KKR, Electronic Arts, Newmont
📌 Para a semana:
• Quarta: EUA (Decisão do FOMC/Fed, Dados de Emprego ADP, Estoques de Petróleo EIA); PMIs (Zona do Euro, Alemanha, França, Itália, Espanha, Hong Kong); Feriado: México e Brasil
• Quinta: EUA (PMI/Out, Encomendas à Indústria/Set, Pedidos Iniciais de Seguro Desemprego); Zona do Euro (Taxa de Desemprego/Set); Decisão do BoE; Feriado: Japão
• Sexta: EUA (Folha de Pagamentos Payroll, Taxa de Desemprego); Zona do Euro (PPI/Set)
• Balanços: BP, ConocoPhillips, Enel, Eli Lilly, Pfizer, Novo Nordisk, Moderna, Starbucks, Ferrari, BMW, Uber, Qualcomm, eBay, PayPal, Booking, Maersk e Marriott
Destaques da Bloomberg Línea:
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