Mercados em alta com balanços mais fortes e otimismo antes de decisão do Fed

Operadores também ponderam rumores sobre fim da política Covid Zero na China, plano de imposto mais alto no Reino Unido e intenção de Biden de tributar lucros de empresas de energia

Por

Barcelona, Espanha — (Esta é a versão atualizada de nota publicada originalmente às 6h35)

O tom é positivo na sessão inaugural de novembro, que é também véspera da decisão do Federal Reserve (Fed) sobre juros dos Estados Unidos. Os investidores levam em conta a perspectiva de que o ciclo de alta das taxas pode se flexibilizar mais cedo do que tarde e aproveitam preços de oportunidade, enquanto analisam os balanços corporativos trimestrais. Também contribuem para o avanço os rumores sobre uma eventual desescalada da política chinesa de Covid Zero.

As ações de empresas chinesas listadas nos EUA disparam, replicando o movimento observado nas bolsas asiáticas - as fortes restrições da China em relação à pandemia representam um entrave para as transações comerciais do país. Os futuros de índices nos Estados Unidos sobem em bloco, no mesmo sentido das bolsas europeias.

Os balanços empresariais também dão sua contribuição. A inglesa BP registrou seu segundo maior lucro da história (US$ 8,15 bilhões) e anunciou uma recompra de ações da ordem de US$ 2,5 bilhões. O resultado leva os papéis da empresa a uma alta de mais de 1% em Londres e ajuda a impulsionar as bolsas europeias.

Também são destaques nos índices europeus as ações do setor de mineração, que reagem à valorização do cobre, do minério de ferro e do ouro. Os contratos WTI de petróleo também operam em alta de mais de 1%.

No mercado de dívida, o rendimento dos títulos da dívida dos EUA com prazo de 10 anos caía para 3,94%, e o dólar também se depreciava ante a maioria das divisas.

Embora haja consenso no mercado de que o Fed aplicará amanhã uma nova alta de 0,75 ponto porcentual para o juro norte-americano, os investidores anseiam saber se o encontro contemplará, como tem sido previsto, uma discussão do banco central para diminuir o ritmo de aperto monetário e a partir de quando. Um conjunto de indicadores industriais e o relatório JOLTs de emprego dos EUA serão colocados na balança hoje.

🔍 Brasil em foco. Depois das eleições, os investidores continuam colocando ativos brasileiros em observação enquanto não a equipe de governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva não é definida. O ETF Next Funds Ibovespa negociado no mercado asiático fechou em baixa de 0,33%.

→ O que move os mercados hoje

💰 Penalizando lucros. Os mercados reagiram mal à intenção do presidente dos EUA Joe Biden de cobrar mais impostos de empresas do setor de energia, incluindo petrolíferas, que apresentarem lucros recorde sem reinvestir em produção. De todo modo, há ceticismo entre analistas de que o apelo de Biden seja atendido pelo atual Congresso, a menos que o Partido Democrata tenha resultado favorável nas eleições da próxima semana.

🎩 Sem conta mágica. O primeiro-ministro do Reino Unido Rishi Sunak alertou ser “inevitável” que todos os britânicos paguem mais impostos, especialmente os mais ricos, para colocar as finanças públicas do país em ordem. O plano econômico está sendo desenhado com o chanceler do Tesouro Jeremy Hunt e deve ser apresentado no próximo dia 17.

🏦 Credit tem esperança. O Credit Suisse avisou que não está à venda. Mesmo passando por uma profunda reestruturação, o tradicional banco suíço aposta em uma retomada. Para isso, pretende levantar US$ 4 bilhões mediante oferta de ações. O plano da instituição de aumento de capital envolve um pool com 20 bancos..

→ Leia também o Breakfast, a newsletter matinal da Bloomberg Línea: Um olho no varejo e outro na equipe de governo

🟢 As bolsas ontem (31): Dow Jones Industrials (-0,39%), S&P 500 (-0,75%), Nasdaq Composite (-1,03%), Stoxx 600 (+0,35%), Ibovespa (+1,31%)

As bolsas norte-americanas fecharam o último pregão de outubro em baixa, reduzindo os ganhos acumulados no mês, à medida que os investidores dividem a atenção entre a decisão do Fed sobre juros, amanhã, e monitoram os balanços das empresas. Os papéis de energia foram afetados pela intenção do presidente Joe Biden de impor impostos mais elevados aos produtores do setor que reportem lucros recorde.

Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados e se inscreva no After Hours, a newsletter vespertina da Bloomberg Línea com o resumo do fechamento dos mercados.

Na agenda

Esta é a agenda prevista para hoje:

EUA: Gastos com Construção, Índice ISM de Manufatura, Índice Redbook, PMI Industrial/Out, Índice JOLTS de Oferta de Emprego/Set, Estoques de Petróleo Bruto

Europa: Reino Unido (Índice de Preços de Imóveis/Out, Índice de Preços no Varejo-BRC, PMI Industrial/Out); Alemanha (Índice de Preços de Bens Importados/Set)

Ásia: Japão (Atas da Reunião de Política Monetária) Hong Kong (Vendas no Varejo/Set)

América Latina: Brasil (Ata do Copom, Produção Industrial /Set, Balança Comercial/Out); México (PMI Industrial/Out); Argentina (Receita Tributária)

Balanços: Eli Lilly, Pfizer, Toyota, BP, Advanced Micro Devices, Sony, Mondelez, Airbnb, Uber, Marathon Petroleum, Devon Energy, KKR, Electronic Arts, Newmont

📌 Para a semana:

Quarta: EUA (Decisão de Política Monetária do FOMC/Fed, Dados de Emprego ADP, Estoques de Petróleo EIA); PMI Industrial (Zona do Euro, Alemanha, França, Itália, Espanha, Hong Kong); Feriado: México e Brasil

Quinta: EUA (PMI, Encomendas à Indústria/Set, Pedidos Iniciais de Seguro Desemprego) ; Zona do Euro (Taxa de Desemprego/Set); Decisão de Política Monetária do BoE, Discursos de Christine Lagarde (BCE) e de Andrew Bailey (BoE); Feriado: Japão

Sexta: EUA: Indicador de Folha de Pagamentos Payroll, taxa de Desemprego; Zona do Euro (PPI/Set)

Balanços: BP, ConocoPhillips, Enel, Eli Lilly, Pfizer, Novo Nordisk, Moderna, Starbucks, Ferrari, BMW, Uber, Qualcomm, eBay, PayPal, Booking, Maersk e Marriott

(Com informações da Bloomberg News)