Barcelona, Espanha — (Esta é a versão atualizada às 14h de matéria publicada originalmente às 7h03)
Depois de uma reação aparentemente positiva de investidores ao resultado da eleição no Brasil nas primeiras negociações nos mercados asiáticos, ativos relacionados ao Brasil têm uma sessão com volatilidade na manhã desta segunda-feira (31) nos Estados Unidos e na Europa.
Os principais ativos abriram em forte queda, mas esse movimento tem perdido força com o avanço das horas.
O EWZ, principal ETF (fundo passivo negociado em bolsa) que acompanha as ações brasileiras negociado nos Estados Unidos, sobe 0,60% por volta das 14h (horário de Brasília) nesta segunda-feira (31) depois que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) derrotou o presidente Jair Bolsonaro (PL). Mais cedo, chegou a recuar mais de 5%.
ARDs (recibos de ações brasileiras negociados em bolsas americanas) da Petrobras recuavam perto de 5% por volta das 14h, enquanto os da Vale sobem cerca de 0,5%. Mais cedo, as variações eram negativas em 8% e 4%, respectivamente.
Já o Next Funds Ibovespa ETF, negociado no mercado asiático, fechou com ganho de 3,30%.
Reunião do Fed no foco
No mercado internacional, os investidores se preparam para uma semana pesada de indicadores, que podem mover significativamente as expectativas macroeconômicas, com destaque para a decisão do Federal Reserve (Fed), além de dados de emprego que podem agitar os mercados e as apostas sobre a política monetária nos Estados Unidos. O bloqueio russo ao transporte de grãos ucranianos também influencia esta jornada.
A prudência dava o tom nos futuros de índices dos Estados Unidos, que operavam em queda. Já entre as bolsas europeias as trajetórias eram mistas, com valorização mais acentuada nos índices na Inglaterra. No mercado asiáticos, a bolsa japonesa fechou com ganhos influenciada pela valorização do mercado norte-americano na sexta-feira, enquanto as demais encerraram em queda.
O Banco da Inglaterra confirmou nesta manhã que seu primeiro leilão de venda de títulos no âmbito de sua flexibilização quantitativa ocorrerá amanhã, no valor de 750 milhões de libras. A oferta está relacionada à reversão programada dos estímulos no mercado de dívida realizado nos últimos 10 anos.
Já no mercado de títulos, os rendimentos aumentavam tanto entre os títulos de 10 anos dos Estados Unidos como os do Reino Unido.
→ O que move os mercados hoje
👁️🗨️ Semana de Fed. Na próxima quarta-feira, o Fed anuncia sua decisão sobre os juros, com um consenso apontando para uma alta de 0,75 ponto porcentual. Os investidores se debruçam sobre o comunicado da decisão em busca de pistas sobre eventual flexibilização do aperto monetário. Antes disso, será conhecido amanhã o dado de emprego de setembro do relatório JOLTS. Na quinta-feira é a vez do Banco da Inglaterra (BoE) definir sua taxa de juros e na sexta-feira a folha de pagamentos nos EUA, o payroll, oferece outra visão sobre o mercado de trabalho em outubro.
🪖 Escalada da guerra. A Rússia empreende novos ataques com mísseis hoje em toda Ucrânia, em uma ofensiva que se segue à decisão de bloquear a exportação de grãos ucranianos. Ainda assim, navios carregados de grãos estão começando a deixar a Ucrânia, enquanto as Nações Unidas e a Turquia trabalham manter o acordo de exportações marítimas. O Kremlin roumpeu o acordo ao atribuir à Ucrânia um ataque com drones contra sua frota naval no Mar Negro.
→ Leia também o Breakfast, a newsletter matinal da Bloomberg Línea: O novo governo em 5 áreas-chave
🟢 As bolsas na sexta (28): Dow Jones Industrials (+2,59%), S&P 500 (+2,46%), Nasdaq Composite (+2,87%), Stoxx 600 (+0,14%), Ibovespa (-0,09%)
Os mercados acionários dos EUA fecharam a semana com alta acentuada graças às ações de tecnologia e dados econômicos mais alentadores. Os papéis da Apple subiram mais de 7,5% e ajudaram nesse impulso das bolsas. A valorização se deu mesmo após o índice de inflação PCE apontar alta em setembro, reforçando a previsão de novos aumentos dos juros pelo Fed.
→ Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados e se inscreva no After Hours, a newsletter vespertina da Bloomberg Línea com o resumo do fechamento dos mercados.
Na agenda
Esta é a agenda prevista para hoje:
• EUA: PMI de Chicago/Out, Índice de Atividade Fed Dallas/Out, Pesquisa Fed com Principais Bancos de Empréstimo
• Europa: Zona do Euro (PIB 3T22, IPC/Out); Reino Unido (Aprovações de Hipotecas e Empréstimos Hipotecários/Set, Crédito ao Consumidor-BoE/Set); Alemanha e Espanha (Vendas no Varejo/Set); Itália e Portugal (PIB/3T22)
• Ásia: Japão e China (PMI Industrial/Out); Hong Kong (PIB3T22)
• América Latina: México (PIB3T22); Boletim Focus, Balanço Orçamentário/Set, Dívida Líquida/Set)
• Bancos centrais: Discurso de Philip Lane (BCE)
• Balanços: Berkshire Hathaway, Cosco Shipping, Mosaic, Kyocera, Astra, Stryker, NXP Semiconductors
📌 Para a semana:
• Terça: EUA (Índice ISM de Manufatura, Relatório de Emprego Jolts); PMI Industrial (EUA, Reino Unido); Decisão de Política Monetária do Banco da Austrália
• Quarta: EUA (Decisão de Política Monetária do FOMC/Fed, Dados de Emprego ADP, Estoques de Petróleo EIA); PMI Industrial (Zona do Euro, Alemanha, França, Itália, Espanha, Hong Kong); Feriado: México e Brasil
• Quinta: EUA (PMI, Encomendas à Indústria/Set, Pedidos Iniciais de Seguro Desemprego) ; Zona do Euro (Taxa de Desemprego/Set); Decisão de Política Monetária do BoE, Discursos de Christine Lagarde (BCE) e de Andrew Bailey (BoE); Feriado: Japão
• Sexta: EUA: Indicador de Folha de Pagamentos Payroll, taxa de Desemprego; Zona do Euro (PPI/Set)
• Balanços: BP, ConocoPhillips, Enel, Eli Lilly, Pfizer, Novo Nordisk, Moderna, Mondelez, Starbucks, Toyota, Ferrari, BMW, AMD, Sony, Uber, Qualcomm, eBay, PayPal, Booking, Maersk e Marriott.
(Com informações da Bloomberg News)
