O que são finanças descentralizadas e seus principais usos

Muito tem se visto sobre DeFi, recentemente. E não se engane: DeFi não tem a ver com uma nova qualidade sonora que veio para substituir as antigas gravações HiFi ou LoFi.

DeFi significa finança descentralizada e integra a nova economia da tecnologia Web3, na qual um ecossistema de aplicações financeiras é desenvolvido nas redes blockchain. O principal benefício da DeFi é oferecer serviços financeiros, principalmente para aqueles que não possuem fácil acesso ao sistema financeiro atual.

O foco das finanças descentralizadas é a criação de serviços financeiros separados do sistema financeiro e político tradicional. A DeFi possibilita um sistema financeiro mais aberto com custos significativamente reduzidos e o potencial de aumentar a liberdade financeira de milhões em todo o mundo.

As finanças tradicionais, por exemplo, dependem de instituições como os bancos, para atuar na intermediação de negociações. Esses, por sua vez, obtêm ganhos através de taxas e exigem certas garantias, que acabam por impossibilitar aos menos favorecidos o acesso aos seus serviços. Já para atuar na mediação de eventuais disputas são necessárias outras instituições tradicionais, como o sistema judiciário, que além de tomar tempo, também gera muitos custos e possui limitações geográficas.

Nas aplicações DeFi nada disso é necessário, já que é possível especificar no próprio código a resolução de todas as possíveis disputas, permitindo que usuários, de qualquer lugar do mundo, tenham total controle sobre seus recursos. Isso não só reduz os custos associados ao fornecimento e uso desses produtos, como também permite um sistema financeiro mais democrático, ágil e menos burocrático.

Uma das principais vantagens da DeFi é a sua estrutura modular. Uma vez que essas estruturas podem ser construídas antecipadamente, sua implantação se torna bem menos complicada e muito mais segura. As aplicações interoperáveis DeFi em blockchains públicas podem criar mercados, produtos e serviços financeiros totalmente novos.

Como esses novos serviços financeiros são desenvolvidos nas blockchains, qualquer tipo de falha é eliminada. Os dados são registrados na blockchain e replicados em milhares de nós (nodes), assegurando sua propriedade, dificultando a censura ou o possível desligamento de um serviço.

DeFi aplicado na prática

O objetivo da DeFi é criar um ecossistema de serviços financeiros de código aberto, sem a necessidade de permissão de terceiros e com transparência, que esteja disponível para todos e opere sem nenhuma autoridade central. Nesse tipo de ecossistema, os próprios usuários mantêm o controle total sobre seus ativos e interagem por meio de aplicativos descentralizados (DApps) peer-to-peer (P2P). Veja algumas opções onde já se pode contar com DeFi.

Empréstimos

Um dos mais populares no ecossistema DeFi, os empréstimos abertos e descentralizados apresentam muitas vantagens sobre o sistema de crédito tradicional como: liquidação instantânea de transações, garantia de ativos digitais, nenhuma necessidade de verificação de crédito e possibilidade de padronização no futuro.

Por serem desenvolvidos em blockchains públicas, minimizam a quantidade de garantias necessárias e se baseiam nos métodos de verificação criptográfica. Empréstimos na blockchain reduzem o risco de contrapartida, tornando-os mais baratos, mais rápidos e disponíveis para mais pessoas.

Serviços bancários financeiros

Como as aplicações DeFi são, por definição, aplicações financeiras, os serviços bancários são, obviamente, um de seus usos. Dentre esses serviços podemos incluir a emissão de stablecoins (moedas com lastro em moedas fiduciárias tradicionais), hipotecas e seguros. Isso varia de acordo com as especificidades regulatórias de cada país.

À medida que a indústria blockchain amadurece, volta-se o foco para a criação de stablecoins, que podem ser transferidas digitalmente com com mais facilidade. Como as criptomoedas são voláteis, as stablecoins descentralizadas podem ser adotadas para uso diário, como um dinheiro digital que não é emitido nem monitorado por uma autoridade central.

Já no caso das hipotecas, com o uso de contratos inteligentes, as taxas de administração e de contratação podem ser reduzidas significativamente em comparação com o processo tradicional, que costuma ser caro e demorado.

Os seguros na blockchain possibilitam a eliminação de intermediários e permitem a distribuição dos riscos entre muitos participantes. Esse processo pode resultar em prêmios menores, mas com a mesma qualidade de serviço.

Marketplaces descentralizados

É o segmento DeFi que oferece mais espaço para inovação financeira. Indiscutivelmente, algumas das aplicações DeFi mais importantes são as exchanges descentralizadas (DEX). Essas plataformas permitem que os usuários negociem ativos digitais sem a necessidade de um intermediário confiável (a exchange) para manter os fundos. As negociações são feitas diretamente entre as carteiras dos usuários com a ajuda de contratos inteligentes. Como exigem muito menos trabalho de manutenção, as exchanges descentralizadas geralmente têm taxas de trading mais baixas do que as exchanges centralizadas. A tecnologia blockchain também pode ser usada para emitir e consentir a propriedade de vários instrumentos financeiros convencionais.

Otimização de rendimento

Os DeFi DApps podem ser usados ainda para automatizar e otimizar os portfólios de rendimentos obtidos com staking e outros produtos. Usar um contrato inteligente economiza tempo e otimiza o portfólio. Os fundos ainda podem ser agrupados com os de outros usuários e as taxas de Gás compartilhadas entre todos os membros do contrato inteligente de otimização de rendimento.

Para mais informações sobre as diversas possibilidades de como a blockchain pode impactar nos serviços bancários, acesse a Binance Academy e o Blog Binance, que tratam desse e de outros assuntos do universo cripto, blockchain e Web3 regularmente. A Academy tem centenas de artigos gratuitos em diversos idiomas que tem o intuito de contribuir para a educação sobre o mercado cripto, blockchain e Web3. O blog, também em diversas línguas, mantém as pessoas atualizadas sobre desdobramentos de projetos da Binance, maior provedora de infraestrutura para o ecossistema blockchain do mundo.