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À medida que a volatilidade atinge até as economias mais fortes dos mercados emergentes, um país está se transformando em um refúgio de calma e escolha dos investidores para esconder a onda de aperto do Federal Reserve: o Brasil.
Ações, títulos e moedas de países em desenvolvimento estão testemunhando seu pior colapso em décadas, mas ninguém saberia disso olhando apenas para os ativos do país latino-americano. Os traders estão obtendo retornos de dois dígitos de sua moeda, fazendo as apostas de títulos mais otimistas em 13 anos, poupando sua dívida em moeda local de uma liquidação de alto rendimento e chamando suas ações de “o negócio mais quente da cidade”.
O desempenho superior está proporcionando o alívio necessário para investidores de mercados emergentes que foram prejudicados: China, onde o crescimento está caindo; Índia, onde os altos preços do petróleo estão prejudicando a moeda; África, onde as crises da dívida estão se formando; e a Europa Oriental, abalada pela queda do euro.
O Brasil é visto por muitos como a única grande nação em desenvolvimento com uma fórmula econômica - taxas de juros de referência de dois dígitos aliadas a uma gigante indústria exportadora de commodities - que pode suportar a pressão financeira criada pelo aumento das taxas de juros globais. E ainda há a eleição presidencial do próximo fim de semana. Cresce agora o otimismo de que, independentemente de quem vença, o próximo governo adotará políticas favoráveis ao mercado.
⇒ Entenda por que os ativos brasileiros tiveram melhor desempenho

No radar dos Mercados
Os investidores iniciam a semana calibrando as expectativas econômicas com base em discursos recentes de dirigentes do Federal Reserve (Fed), que abriram o debate sobre uma eventual redução do ritmo de aperto monetário nos Estados Unidos. Continuam em aberto a disputa política no Reino Unido, da qual Boris Johnson se retirou, e uma série de resultados corporativos. A volatilidade, portanto, pode continuar nos mercados, com os investidores se equilibrando entre posições de proteção e de risco.
🐉 PIB chinês. Os dados econômicos chineses que haviam sido adiados na semana passada foram apresentados hoje, com o aumento do desemprego e o enfraquecimento das vendas no varejo em setembro ofuscando uma retomada do crescimento.
🪖 Estratégia Rússia. EUA, Reino Unido e França rejeitaram hoje, em declaração conjunta, a alegação da Rússia de que a Ucrânia estaria se preparando para usar a chamada bomba suja em seu próprio território. Instaram Moscou a não usar a alegação como pretexto para escalar a guerra, que já dura oito meses.
🇬🇧 Reino Unido em ebulição. O ex-premiê britânico, Boris Johnson, anunciou que não se colocará como opção na disputa para liderança do partido Conservador, o que abre caminho para o ex-chanceler Rishi Sunak, que entraria na disputa com Penny Mordaunt. Espera-se que a definição de um novo líder saia ainda nesta semana.
💸 No centro das atenções. O controle da inflação tem como destaque nesta semana a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) e um conjunto de indicadores de atividade (PIB) e inflação (PCE) nos EUA, que podem interferir nas expectativas dos operadores, uma vez que o Fed entra em período de silêncio até a reunião do FOMC, na próxima semana.
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🟢 As bolsas na sexta (21): Dow Jones Industrials (+2,47%), S&P 500 (+2,37%), Nasdaq Composite (+2,31%), Stoxx 600 (-0,62%), Ibovespa (+2,35%)
Os índices acionários em Wall Street subiram em bloco, enquanto os prêmios dos títulos da dívida Tesouro norte-americano se desvaneceram. Mary Daly, do Fed de San Francisco, reforçou que não é o momento de “acabar” com a alta forte de juros, mas disse que é hora de começar a discutir o afrouxamento do aperto para evitar estragos na economia. Os ganhos se deram apesar de um dia negativo para as redes sociais, cujas ações caíram somando perda de US$ 35 bilhões em valor de mercado.
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Agenda
Esta é a agenda prevista para hoje:
• Indicadores PMIs/Out: EUA, Zona do Euro, Reino Unido, Alemanha, França, Japão
• EUA: Índice de Atividade-Fed Chicago/Set, Discurso de Janet Yellen, secretária do Tesouro
• Ásia: China (PIB 3T22, Produção Industrial/Set, Vendas no Varejo/Set, Taxa de Desemprego, Balança Comercial/Set)
• América Latina: Brasil (Boletim Focus, Transações Correntes/Ago, Investimentos Estrangeiro Direto/Ago); México (IPC/Out)
• Bancos centrais: Discursa David Ramsden (BoE)
• Balanços: Philips, Galp, Orange, Discover
📌 Para a semana:
• Terça-feira: EUA (Confiança do Consumidor do Conference Board, Índice Redbook); Alemanha (Índice IFO); China (Investimento Estrangeiro)
• Quarta-feira: EUA (Estoques no Atacado e no Varejo/Set, Balança Comercial). Decisão sobre juros do Banco do Canadá
• Quinta-feira: EUA (PIB 3T22, Pedidos de Bens Duráveis, Pedidos Iniciais de Seguro Desemprego); Zona do Euro (Decisão de Política Monetária do BCE); Alemanha (Índice de Confiança do Consumidor GfK)
• Sexta-feira: EUA (Índice PCE/Set, Vendas de Casas Pendentes); Zona do Euro (Índice de Confiança na Economia); Alemanha, França e Espanha (PIB 3T22, IPC/Out); Japão (Decisão de Política Monetária do BoJ)
• Balanços: Microsoft, Alphabet, Visa, Coca-Cola, Novartis, UPS, Texas Instruments, HSBC, SAP, General Electric, 3M, UBS, GM, Meta, Bristol-Myers Squibb, Boeing, Iberdrola, Mercedes-Benz, Heineken, Ford, Santander, BASF, Twitter, Barclays
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