Mercados operam voláteis, no aguardo de dados que podem indicar direção do Fed

Renda variável e mercado de bônus atravessam uma fase de transição, com investidores avaliando as chances de um choque maior de juros pelo Fed

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Barcelona, Espanha — (Esta é a versão atualizada de nota publicada originalmente às 7h10)

A volatilidade dá o tom às operações de hoje. Os mercados atravessam uma fase de transição e os investidores estarão atentos a quaisquer dados que possam indicar a direção das taxas de juros dos EUA.

Na sessão de hoje, há uma porção de indicadores macroeconômicos que podem fornecer alguma orientação sobre a política monetária do Fed. Nos EUA, os destaques do dia são as vendas no varejo, os pedidos iniciais de seguro-desemprego e o nível de utilização da capacidade instalada.

Depois que a inflação ao consumidor norte-americano mostrou que não sairá de cena tão cedo, alguns investidores passaram a trabalhar com a possibilidade de um choque de juros ainda maior que o esperado.

Antes, quando se falava de um aumento forte das taxas pelo Federal Reserve (Fed), o mercado cogitava um acréscimo de 0,75 ponto percentual. Mas agora já se fala de um aumento de 1 ponto cheio, embora a maioria ainda aposte no primeiro cenário.

Os futuros do índice americano começaram a sessão em alta, mas inverteram o sinal há poucos instantes. Ao mesmo tempo, os prêmios dos títulos do Tesouro - e também o dólar - subiam. Na Europa, após uma abertura positiva, as bolsas começavam a titubear, com o Stoxx 600 já mudando para o campo negativo. O petróleo recuava, com o barril WTI perto de US$ 88.

→ O norte da jornada de hoje

🤔 PPI lança dúvidas. Mas as apostas de um aumento mais pronunciado dos juros se estremeceram com a divulgação, ontem, do Índice de Preços ao Produtor (PPI, na sigla em inglês). Enquanto a inflação ao consumidor se manteve mais forte do que o esperado pelos economistas, os preços no atacado caíram em agosto (-0,1% frente a julho) pelo segundo mês seguido, ajudados pela melhora do custo dos combustíveis. Na base anual, a cifra permanece elevada, em +8,7%.

😶‍🌫️ Nuvem de fumaça. Com tanta incerteza e informações contraditórias, as bolsas têm trabalhado com volatilidade. Ao mesmo tempo, os títulos soberanos têm pedido prêmios cada vez maiores - os Treasuries mais sensíveis à política monetária aprofundaram a inversão da curva, o que prenuncia uma recessão iminente. O prêmio dos bônus de dois anos superou o de títulos de 30 anos em 35 pontos base, um nível inédito desde o ano 2000.

→ Leia o Breakfast, uma newsletter da Bloomberg Línea: Nova rodada de IPOs no horizonte

🟢 As bolsas ontem: Dow Jones Industrials (+0,10%), S&P 500 (+0,34%), Nasdaq Composite (+0,74%), Stoxx 600 (-0,86%), Ibovespa (-0,22%)

Ainda que as ações tenham buscado uma direção após o tombo de terça-feira - a maior queda em mais de dois anos -, a volatilidade dominou os mercados dos EUA. Os principais índices conseguiram se recuperar nas últimas horas de negociação. Depois da divulgação da inflação norte-americana de agosto, que desacelerou menos do que o esperado, os investidores dão por garantido outra grande alta dos juros.

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Na agenda

Esta é a agenda prevista para hoje:

EUA: Estoques do Comércio, Vendas no Varejo, Pedidos Iniciais de Seguro-Desemprego, Índice Empire State de Atividade Industrial/Set, Índice CAPEX Fed Filadélfia/Set, Produção Industrial/Ago, Utilização da Capacidade Instalada/Ago, Estoque de Gás Natural

Europa: Zona do Euro (Balança Comercial/Jul); Alemanha (Índice de Preços por Atacado/Ago); França (IPC/Ago)

Ásia: Japão (Índice de Atividade da Indústria Terciária); China (Produção Industrial/Ago, Vendas no Varejo/Ago, Taxa de Desemprego)

América Latina: Brasil (IBC-Br/Jul), Colômbia (Vendas no Varejo/Jul, Produção Industrial/Jul); Peru (Atividade Econômica/Jul)

Bancos Centrais: Pronunciamentos de Luis de Guindos (BCE), Elizabeth McCaul (BCE), Sabine Mauderer (Bundesbank)

📌 Para amanhã:

• Zona do Euro (IPC); EUA (Sentimento do Consumidor -Universidade de Michigan); China (Vendas de Casas, Vendas no Varejo, Produção Industrial, Taxa de Desemprego)

(Com informações da Bloomberg News)