Novo risco Brasil no radar do mercado

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Tempo de leitura: 4 minutos

Bloomberg Línea — Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.

O economista Roberto Padovani, do BV (ex-Banco Votorantim), se especializou ao longo das últimas três décadas em analisar a conjuntura da economia no Brasil e no mundo e traçar cenários para seus clientes.

O que ele tem projetado recentemente é que a situação positiva das contas públicas tende a virar nos próximos meses e que esse tema deve entrar no radar de investidores e gestores do mercado financeiro, em particular dos estrangeiros, em breve.

Na avaliação de Padovani, que foi sócio da Tendências Consultoria, uma das maiores do país, e responsável pela América Latina no banco alemão WestLB anteriormente, a desaceleração da economia mundial tende a esfriar a atividade no Brasil a partir do fim do ano.

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Além disso, o aperto monetário em curso nos países ricos – especialmente nos Estados Unidos – vem fortalecendo o dólar e favorecendo um fluxo de capitais em direção a ativos mais seguros.

Entenda mais sobre as perspectivas do mercado: Risco fiscal vai entrar no radar, diz Padovani, do BV

Na trilha dos Mercados

Muita expectativa, poucas surpresas. O mercado viu ontem o Banco Central Europeu (BCE) promover um aumento recorde de suas taxas de juros e o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, sinalizar que não arreda pé da luta contra a inflação.

Embora os dois eventos deem mostras da magnitude do problema com a inflação, já eram contemplados pelos operadores - e vinham sendo descontados nos preços dos ativos.

🏦 Alta histórica. Apesar de estar em linha com o esperado pelo mercado, o aumento de 0,75 ponto percentual do custo do dinheiro foi uma medida de aperto monetário sem precedentes na história do BCE. O receio do BCE é de que a inflação se recrudesça e que haja pouca margem de manobra para subir os juros à medida que a economia da Europa, que atravessa uma grande crise energética, se enfraqueça.

☎️ Esperando na linha. O que ficou faltando, na visão dos operadores, era o BCE explicar como levará a cabo o plano para evitar a fragmentação do mercado de dívida europeu. É papel do banco central evitar uma diferença brutal dos prêmios de risco entre os países mais desenvolvidos do bloco, o caso da Alemanha, e os países periféricos, como Itália, Espanha, Portugal e Grécia. O mercado segue no aguardo de informações sobre requisitos, duração e como serão equilibradas as medidas de retirada de liquidez, de modo que consiga controlar a inflação sem provocar um choque de dívida.

🧗🏼‍♂️ Terceira subida a caminho. As apostas de que o Fed elevará suas taxas na mesma proporção, no fim deste mês, ganharam força com o discurso de Powell de ontem. Ele quer evitar que a inflação seja considerada o “novo normal”. Os prêmios dos títulos do Tesouro norte-americano a dois anos, mais sensíveis às investidas de política monetária, subiram para o nível mais alto desde 2007. Na terça-feira sai a inflação dos Estados Unidos, indicador aguardado pelos economistas com grande expectativa.

→ A análise completa você lê no Radar dos Mercados

Um panorama do começo do diadfd
🟢 As bolsas ontem: Dow Jones Industrials (+0,61%), S&P 500 (+0,66%), Nasdaq Composite (+0,60%), Stoxx 600 (+0,50%), Ibovespa (+0,14%)

Os mercados se movimentaram no ritmo dos bancos centrais. Jerome Powell, presidente do Fed, reiterou que o papel da instituição é usar a política monetária para controlar a inflação “antes que a população encare a alta de preços como o novo normal”. Já o BCE elevou sua taxa básica em 0,75 ponto percentual - um aumento recorde - e deixou a porta aberta para “vários” aumentos adicionais, mesmo com a piora das perspectivas para o crescimento econômico.

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No radar

Esta é a agenda prevista para hoje:

EUA: Vendas no Atacado/Jul

Europa: Cúpula da Zona do Euro; Reino Unido (Expectativas da Inflação); França e Espanha (Produção Industrial/Jul); Espanha (Confiança do Consumidor)

Ásia: China (PPI, oferta de moeda, novos empréstimos em yuan)

América Latina: Brasil (Produção e Venda de Veículos/Ago); México (Produção Industrial/Jul)

Bancos Centrais: Fed (Christopher Waller, Esther George); Sabine Mauderer (Bundesbank)

Outros: Reunião extraordinária dos ministros de energia da UE sobre intervenção de emergência nos mercados de energia

Destaques da Bloomberg Línea

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E mais na versão e-mail do Breakfast:

• Também é importante: • Como o Nubank planeja elevar a receita por cliente e reduzir o custo de funding • Empresas ainda precisam educar consumidores sobre ESG, aponta Google • Rei Charles III já esteve no Brasil quatro vezes para defender a causa ambiental

• Opinião Bloomberg: Por que a síndrome do impostor é, no fundo, um superpoder?

• Pra não ficar de fora: Quantos salários mínimos são necessários para comprar o iPhone 14 Pro na América Latina?

⇒ Essa foi uma amostra do Breakfast, que na versão completa inclui muitas outras notícias de destaque do Brasil e do mundo.

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Edição: Michelly Teixeira, News Editor | Europe