Vai viajar? Veja quais são as companhias aéreas que mais cancelam voos

As companhias aéreas não estão conseguindo acompanhar o ritmo da recuperação da demanda por viagens no mundo pós-pandemia

Apesar de uma companhia australiana liderar ranking de maior canceladora de voos, a Europa também está passando pelo caos na indústria da aviação
Por Angus Whitley
14 de Agosto, 2022 | 08:13 AM

Bloomberg — Os passageiros que voam com a Virgin Australia e a holandesa KLM estão sofrendo algumas das maiores interrupções em suas viagens, pois a indústria da aviação, que está com falta de pessoal, está com dificuldades para lidar com o retorno da demanda.

A empresa de análise de dados Cirium monitorou um grupo de 19 companhias aéreas de todo o mundo – o mesmo grupo que a Qantas Airways utiliza para comparar seu desempenho – e constatou que a Virgin Australia cancelou a maior proporção de voos no trimestre encerrado em 26 de julho. Foram quase 2.200 voos, ou 5,9% de sua agenda, em comparação com 1,4% no mesmo período em 2019.

A Air New Zealand, a Qantas e a Lufthansa – maior companhia aérea da Europa – seguem como as que cancelaram voos com mais frequência durante o período. A Singapore Airlines teve o melhor registro, cancelando apenas 0,1% dos voos planejados.

Ranking das companhias aéreas que mais cancelaram voosdfd

Uma recuperação intensa nas compras de passagens com o afrouxamento das restrições de viagem devido à covid-19 sobrecarregou até as maiores e mais estabelecidas companhias aéreas. Após demitir dezenas de milhares de pilotos, tripulantes, agentes de bagagem e seguranças durante a pandemia, a indústria não consegue contratar com rapidez suficiente para acompanhar o ritmo. Analistas afirmam que pode levar meses até que o nível de serviço retorne à normalidade.

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As companhias aéreas avaliadas no trimestre em questão espelham as utilizadas pela Qantas para aferir seu retorno total aos acionistas, de acordo com o relatório anual da companhia aérea. O grupo inclui o International Consolidated Airlines Group, que detém a British Airways, a Iberia e a própria Qantas.

É uma amostra relativamente pequena das companhias aéreas do mundo, o que significa que pode haver outras companhias aéreas menos conhecidas com registros de desempenho mais irregulares. O grupo também exclui as companhias aéreas da China, segundo maior mercado mundial da aviação antes da covid, mas que continuam amplamente fechado para voos internacionais.

Comparação do número de cancelamentos no trimestre encerrado em julho de 2019 e 2022dfd

A KLM, o braço holandês da Air France-KLM, disse em declaração que cancelou voos por diversos motivos, incluindo a falta de pessoal de segurança nos aeroportos. A empresa apontou medidas adicionais anunciadas no mês passado para aliviar a pressão, como o cancelamento de voos para a Europa e a restrição da venda de passagens. “Pedimos desculpas aos nossos passageiros afetados”, disse a companhia aérea.

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O CEO da Air New Zealand, Greg Foran, disse que a programação da companhia aérea foi interrompida por condições climáticas severas e até mesmo pelo aumento dos casos de doenças na tripulação. “Esta certamente não é a experiência que queremos que nossos clientes tenham e sabemos que cada cancelamento tem um impacto”, disse Foran em uma declaração. A companhia aérea está contratando mais de mil funcionários para reforçar a resiliência operacional, disse ele.

A Lufthansa disse que vai cancelar quase 3 mil voos durante o verão em Frankfurt e Munique, mas que está tentando evitar o cancelamento diário de voos para minimizar o impacto sobre os passageiros. “O objetivo é oferecer uma programação estável de voos”, disse a companhia aérea em declaração.

A Virgin Australia, que opera o menor número de voos internacionais no grupo monitorado, afirmou que teve um desempenho melhor em cancelamento de voos que sua concorrente mais próxima, a Qantas, no período de cinco meses encerrado em junho, com base em dados do governo australiano que a Virgin usa para comparar seu desempenho doméstico. Andrew David, CEO de voos domésticos e internacionais da Quantas, disse que as taxas de cancelamento estão próximas dos níveis pré-pandemia. “Estamos vendo melhorias, mas sabemos que temos mais trabalho a fazer”, disse ele.

O aeroporto de Sydney está com dificuldades para lidar com uma recuperação na demanda em um país desesperado para voar novamente depois de ficar com suas fronteiras fechadas por dois anos. A Qantas, a maior companhia aérea da Austrália e, em menor escala, a Virgin, viraram alvos de represálias nas redes sociais por parte de passageiros insatisfeitos.

A Europa também está lidando com o caos das viagens. O aeroporto de Heathrow em Londres, por exemplo, anunciou um limite de dois meses para o tráfego diário de passageiros para limitar a agitação e os inconvenientes, como o extravio de bagagem. Os problemas estão sendo exacerbados em todo o continente com greves por melhores salários e condições.

A British Airways disse que cancelaria outros 10,3 mil voos durante o verão, levando o total de cancelamentos desde abril para cerca de 30 mil voos.

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