Petróleo estabiliza após queda, com traders de olho na demanda

O West Texas Intermediate operava próximo à estabilidade, a US$ 91 por barril, depois de afundar 4% na quarta

Petróleo
Por Alex Longley e Yongchang Chin
04 de Agosto, 2022 | 08:09 AM

Bloomberg — Os preços do petróleo se estabilizaram depois de caírem para o patamar mais. baixo em quase seis meses, com os investidores avaliando a demanda mais fraca por gasolina nos EUA e o aumento dos estoques.

O West Texas Intermediate (WTI) operava próximo à estabilidade, a US$ 91 por barril, depois de afundar 4% na quarta-feira (3). Nos EUA, dados do governo mostraram que os americanos estão dirigindo menos do que no verão de 2020, quando a pandemia restringiu praticamente todo o deslocamento. Os estoques de petróleo em todo o país também expandiram na semana passada.

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Antes da divulgação dos dados dos EUA, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, incluindo a Rússia, concordaram em aumentar a oferta em apenas 100 mil barris por dia em setembro. O grupo também emitiu um alerta severo sobre a capacidade ociosa “severamente limitada”.

O petróleo agora apagou todos os ganhos desencadeados pela invasão da Ucrânia por Moscou em fevereiro. Desde que atingiu o pico de mais de US$ 130 o barril em março, o índice de referência dos EUA foi arrastado para baixo por sinais de que a Rússia ainda está levando suas cargas para o mercado global e crescentes preocupações dos investidores de que uma desaceleração global possa corroer o consumo de energia.

“Se o próximo movimento de US$ 20/barril levará os preços para US$ 80/barril ou de volta para US$ 120/barril não depende da estratégia atual da Opep+”, disse Tamas Varga, analista da corretora PVM Oil Associates. “Será função da destruição da demanda causada pela pressão inflacionária e as consequentes altas das taxas de juros e pela atitude da Rússia em usar a energia como arma em sua guerra contra a Ucrânia e o mundo ocidental.”

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Preços do petróleo

  • O WTI para entrega em setembro subia 0,3%, para US$ 90,95 por barril, às 8h (horário de Brasília)
  • O Brent para liquidação de outubro avançava 0,2%, para US$ 96,96 o barril

O aumento extremamente modesto da produção da Opep+ acontece apesar da visita do presidente americano Joe Biden à Arábia Saudita no mês passado, quando pediu aos produtores que aumentassem a oferta como parte de seus esforços para conter a inflação. Ainda assim, seu governo pode se animar com o recuo constante nos preços médios da gasolina no varejo, que caíram quase US$ 1 por galão desde que bateram um recorde em meados de junho.

Embora o mercado de petróleo permaneça em retrocesso - um padrão de alta marcado por preços de curto prazo negociados acima dos de longo prazo - os principais diferenciais se estreitaram, sinalizando que o aperto físico subjacente está diminuindo. O retrocesso mais próximo do WTI caiu abaixo de US$ 1 por barril esta semana pela primeira vez desde abril.

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