Mercados em alta, mas na expectativa de dados sobre empregos nos EUA e balanços

Amanhã saem novos dados sobre o mercado de trabalho norte-americano: se vierem fortes, Fed pode reforçar argumentos para uma política monetária mais austera

Conheça os eventos que vão orientar os investidores hoje
04 de Agosto, 2022 | 08:08 AM

Barcelona, Espanha — -- Esta é a versão atualizada da nota originalmente publicada às 6h10

Duas forças movem o ímpeto dos investidores. De um lado, a surpresa positiva com indicadores macroeconômicos e balanços empresariais os tentam a posições de maior risco. De outro, as expectativas (renovadas) de que o Federal Reserve (Fed) seguirá firme na alta de juros os levam a pisar no freio.

A volatilidade dá o tom às negociações com os futuros de índices norte-americanos, que já oscilaram entre os campos negativo e positivo hoje. O S&P 500 volta ao seu nível mais alto em dois meses. Mas a onda global de aperto monetário ameaça apagar esses ganhos.

Entre os movimentos individuais de ações, as ações da Glencore Plc caíram até 2%, pois suas projeções de retorno sobre capital ofuscaram fortes resultados no primeiro semestre.

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Na Europa, o FTSE havia recuado antes da decisão do Banco da Inglaterra sobre as taxas de juros, mas há instantes o sinal mudou. O índice Stoxx 600 subia desde a abertura das bolsas no continente.

À medida que se renovam as apostas de novos aumentos das taxas pelo Fed, os prêmios dos títulos do Tesouro norte-americano aumentam. A inversão da curva de juros dos títulos emite avisos sobre os riscos econômicos.

O petróleo pairava em torno deos US$ 91 por barril, afetado pelas preocupações em torno da demanda. O ouro avançava à medida que persistiam as tensões geopolíticas entre os EUA e a China, impulsionando a demanda por refúgio seguro.

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→ Estes são os fatores que movem os mercados hoje:

⏳ À espera de dados. Até que se conheçam novos dados sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos, programados para amanhã, os investidores ficarão reticentes. Se a situação laboral permanecer forte, dará mais argumentos para o Fed seguir com uma política monetária mais restrita para domar uma inflação teimosamente alta.

🆙 Para o alto, again. O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) seguiu con a trajetória de alta dos juros, iniciada no final de 2021. Como já era esperado pelo mercado, aplicou um aumento mais forte ao custo do dinheiro, de 0,50 ponto percentual, para 1,75%, - o maior acréscimo desde 1995. Tudo para debelar uma inflação que se aproxima dos 10% e um cenário de salários crescentes.

🛣️ A rota das empresas. No mais, os balanços continuam a indicar caminho aos mercados. Estão previstas para hoje cifras de quase 50 empresas do S&P 500 e cerca de 30 do índice europeu Stoxx 600. O lucro por ação das quase 400 companhias do S&P 500 que já divulgaram os resultados do segundo trimestre subiu 7,4% ano a ano, acima dos 4,1% estimados no começo da temporada.

→ Leia o Breakfast, uma newsletter da Bloomberg Línea: Não haverá ‘game over’ para a inflação?

Um panorama desta manhãdfd
🟢 As bolsas ontem: Dow Jones Industrials (+1,29%), S&P 500 (+1,56%), Nasdaq Composite (+2,59%), Stoxx 600 (+0,51%), Ibovespa (+0,40%)

As bolsas norte-americanas se recuperaram após dois dias consecutivos de queda, apoiadas por fortes dados econômicos e alguns balanços trimestrais. Por um lado, o índice de serviços ISM subiu para 56,7, acima da expectativa dos analistas, e as encomendas das fábricas dos EUA subiram 2,0%, sinalizando que a economia ainda não estagnou. Os balanços apresentados esta semana também ajudaram a impulsionar as ações de tecnologia. Os preços do petróleo caíram com sinais de que a demanda de gasolina nos EUA está começando a diminuir, em meio aos altos custos e sinais de recessão.

Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados e se inscreva no After Hours, a newsletter vespertina da Bloomberg Línea com o resumo do fechamento dos mercados.

Na agenda

Esta é a agenda prevista para hoje:

EUA: Pedidos Iniciais de Seguro-Desemprego, Demissões Anunciadas Challenger/Jul, Balança Comercial/Jul

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Europa: Alemanha (Encomendas à Indústria/Jun); Reino Unido (PMI Construção)

América Latina: México (Confiança do Consumidor)

Ásia: Japão (Rendimento Médio do Trabalhador, Gastos Domésticos/Jun)

Bancos centrais: Decisão de política monetária do Bank of England (BoE) e entrevista de seu presidente, Andrew Bailey. Relatório Econômico do BCE. Pronunciamentos de Loretta Mester (Fed/FOMC) e Frank Elderson (BCE)

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Balanços do dia: Alibaba, Eli Lilly, Toyota, Intercontinental Exchange, ConocoPhillips, Merck, Novo Nordisk, Bayer, Glencore, Cigna, Rolls-Royce, adidas, Lyft, Expedia, Deutsche Lufthansa, Warner Bros Discovery, Vertex Pharmaceuticals, DoorDash, Atlassian, Amgen, Block, EOG, Kellogg, AMC

📌 Para amanhã:

EUA: Relatório de Emprego/Jul

(Com informações da Bloomberg News)

Michelly Teixeira

Jornalista com mais de 20 anos como editora e repórter. Em seus 13 anos de Espanha, trabalhou na Radio Nacional de España/RNE e colaborou com a agência REDD Intelligence. No Brasil, passou pelas redações do Valor, Agência Estado e Gazeta Mercantil. Tem um MBA em Finanças, é pós-graduada em Marketing e fez um mestrado em Digital Business na ESADE.