Risco de emergência climática nos EUA e outros 4 assuntos para começar o dia

Veja os assuntos que devem marcar o sentimento dos mercados ao redor do mundo nesta terça-feira (19)

Colheita de milho perdida no estado do Texas por causa da onda de calor em boa parte dos Estados Unidos
Por Heather Burke
19 de Julho, 2022 | 09:44 AM

Bloomberg — A terça-feira (19) começa com investidores à espera de mais dados corporativos dos Estados Unidos e também com os mercados repercutindo uma possível decisão monetária mais agressiva do Banco Central Europeu (BCE) nesta próxima quinta-feira (21). Nos EUA, os senadores do Partido Democrata estão estimulando o presidente americano Joe Biden a declarar uma emergência climática. Enquanto isso, na Europa, os problemas no setor energético estão aumentando, e a inflação anual da Zona do Euro chegou a 8,6% em junho - mais de quatro vezes acima da meta de 2% ao ano.

1. Os limites da Apple

A Apple (AAPL) é a mais recente empresa de tecnologia a impor limites a contratações e custos, o que coloca em evidência que até os gigantes do Vale do Silício, com seus lucros bilionários, estão preocupados com uma recessão nos próximos meses. A fabricante do iPhone está tentando limitar seus gastos em algumas de suas áreas, de acordo com a Bloomberg News na segunda-feira (18), embora uma política generalizada não tenha sido de fato adotada.

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A postura mais cautelosa é semelhante à abordagem de seus pares de tecnologia, como Amazon (AMZN), Google (GOOG) e Microsoft (MSFT). A International Business Machines (IBM), que reportou seus resultados ontem, reduziu sua projeção de fluxo de caixa para 2022 devido ao impacto do dólar mais forte e à perda de negócios na Rússia, fazendo com que as ações caíssem, o que ofuscou seu crescimento de vendas acima do esperado.

2. Altas temperaturas

Alguns senadores do Partido Democrata estão estimulando o presidente americano Joe Biden a declarar uma emergência climática. A medida permitiria a Biden exercer poderes executivos para restringir a indústria de combustíveis fósseis e direcionar o financiamento para iniciativas verdes.

Enquanto isso, na Europa, os problemas no setor energético estão aumentando: temperaturas recordes são esperadas no Reino Unido, enquanto os baixos níveis dos rios e a capacidade nuclear reduzida na França e na Alemanha tornam as alternativas ao gás russo cada vez mais restritas. Os preços do gás natural na região subiram nesta manhã, já que as preocupações sobre a restauração do fornecimento da Gazprom, empresa de energia russa, permanecem no radar.

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3. Inflação acelerada

Na Europa, os preços estão tão quentes quanto as altas temperaturas. De acordo com dados divulgados pela agência Eurostat nesta manhã, em toda a União Europeia os preços ao consumidor no mês de junho saltaram 9,6% ante 8,8% no mês imediatamente anterior. No mês passado, a inflação anual da Zona do Euro chegou a 8,6%, mais de quatro vezes acima da meta de 2% e maior que os 8,1% registrados em maio. De acordo com a agência, quase metade da inflação é resultado do pico dos preços de energia, seguido de alimentos e serviços.

Os dados pressionam ainda mais os integrantes do Banco Central Europeu (BCE), que se reúnem nesta quinta-feira (21) para tomar uma decisão sobre a política monetária da zona do euro.

4. Dólar cai, futuros sobem

O euro subia cerca de 1% em relação ao dólar no começo desta manhã, depois das informações de mercado, não-oficiais, de que o BCE considera um aumento das taxas de juros em 50 pontos base devido à deterioração da inflação. As ações europeias oscilavam com os alívios do rali da sessão anterior perdendo algum impulso. Enquanto isso, os rendimentos dos títulos do governo da zona do euro saltavam, também seguindo as notícias de um aperto monetário mais rígido da autarquia.

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Os futuros de ações dos Estados Unidos operavam modestamente mais altos hoje, com os investidores aguardando mais resultados de lucros corporativos.

5. Também hoje...

O dia promete ser mais tranquilo, pelo menos no que diz respeito aos eventos programados. Os dados de construção de casas nos EUA e licenças de construção, às 9h30, darão uma ideia da força do mercado imobiliário no país. A Netflix (NFLX) e Johnson & Johnson (JNJ) estão entre as empresas que reportam seus resultados ainda hoje, a gigante de streaming depois do fechamento do mercado.

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