Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) opera em queda na abertura dos negócios nesta quinta-feira (30), seguindo a piora de humor no exterior depois que autoridades dos principais bancos centrais do mundo emitiram alertas sobre a inflação e alimentaram a preocupação de que a política agressiva de aperto monetário pode terminar em uma recessão.
As novas quedas reforçam o pior primeiro semestre em décadas para os principais índices de ações em Nova York.
O sentimento de aversão ao risco contribuía para uma valorização do dólar ante o real, negociado próximo de R$ 5,26, com investidores buscando um “porto seguro” diante da incerteza.
Durante o fórum anual do Banco Central Europeu em Portugal, as autoridades contemplaram o novo manual de política que pode ser necessário em um novo mundo de preços em alta.
O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, e seus colegas na Europa e no Reino Unido alertaram que a inflação será mais duradoura. A visão de que os bancos centrais precisam agir rápido nas taxas porque julgaram mal a inflação agitou os mercados neste ano, com as ações globais prestes a fechar seu pior trimestre desde os três meses encerrados em março de 2020.
Os traders aumentaram as apostas de que a economia global vai ceder sob as campanhas de aperto do banco central – e que os formuladores de políticas acabarão recuando.
Confira o desempenho dos mercados nesta quinta-feira (30):
- Por volta das 10h40 (horário de Brasília), o Ibovespa recuava 1,61% aos 98.013 pontos;
- O dólar à vista caía 1,45%, negociado a R$ 5,26;
- Entre os contratos de juros futuros, o DI para 2025 caía 11 pontos base, a 12,78%;
- Nos EUA, os índices caem nesta quinta: o Dow Jones cedia 1,58%, o S&P 500 caía 1,57%, enquanto o da Nasdaq tinha baixa de 1,85%;
- Na Europa, os mercados também caíam: o índice CAC-40, de Paris, por exemplo, recuava 2,7%;
Mercados nos EUA
Nos Estados Unidos, as bolsas iniciaram o pregão desta quinta no vermelho, dadas as preocupações uma possível recessão O índice S&P 500, por exemplo, caía pelo terceiro dia consecutivo, com baixa de 1,6% por volta das 10h40 (horário de Brasília).
Os gastos do consumidor nos EUA caíram em maio, pela primeira vez este ano, e os dados dos meses anteriores foram revisados para baixo, sugerindo uma economia um pouco mais fraca do que se pensava anteriormente em meio à rápida inflação e aumentos nas taxas de juros do Federal Reserve.
As compras de bens e serviços, ajustadas pelas mudanças nos preços, caíram 0,4% após um ganho de 0,3% revisado para baixo no mês anterior, de acordo com dados do Departamento de Comércio divulgados nesta quinta (30). Os gastos com serviços aumentaram enquanto os gastos com bens diminuíram.
O índice de preços de gastos com consumo pessoal, que o Federal Reserve usa para sua meta de inflação, subiu 0,6% em relação ao mês anterior e 6,3% desde maio de 2021. O núcleo do índice de preços PCE aumentou 0,3%, menos do que o esperado. A alta foi de 4,7% em relação ao ano anterior – o menor ganho desde novembro.
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