Aversão a risco leva Bolsas a apagarem ganhos e dólar vai a R$ 5,27

After Hours: Movimento de sell-off foi liderado por gigantes de tecnologia nos EUA após dados preocupantes de confiança do consumidor

After hours
28 de Junho, 2022 | 05:31 PM

Bloomberg Línea — Contaminado pelo mau humor externo, o Ibovespa (IBOV) encerrou o pregão desta terça-feira (28) em leve queda de 0,17%, aos 100.591 pontos, enquanto o dólar avançou, negociado a R$ 5,27.

O movimento seguiu o sell-off das gigantes de tecnologia nos Estados Unidos, que contaminou os demais setores em Wall Street e levou as bolsas a apagarem os ganhos depois que uma pesquisa revelou um aumento na preocupação da população sobre a economia.

Traders tiveram outro choque de realidade após dados preocupantes de confiança do consumidor. Uma medida de expectativas – que reflete uma perspectiva de seis meses – teve a maior queda em uma década.

Por aqui, a baixa na Bolsa aconteceu apesar do movimento de alta das commodities, que contribuiu para ganhos nas ações do setor, como as blue chips Vale (VALE3), que subiu 1,79%, e Petrobras (PETR3; PETR4), com valorização de 1,46% e 1,25%.

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Já do lado das perdas, lideraram o grupo os papéis de Hapvida (HAPV3) e Positivo (POSI3), com baixas de 5,78% e 5,38%, respectivamente.

Confira como fecharam os mercados nesta terça-feira (28):

Bolsas nos EUA

Nos Estados Unidos, as bolsas fecharam em queda nesta terça. O índice Nasdaq 100, por exemplo, afundou cerca de 3%, arrastado por gigantes como Amazon (AMZN) e Tesla (TSLA).

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De acordo com o presidente do Federal Reserve de Nova York, John Williams, a decisão das autoridades do Fed sobre o aumento dos juros em 50 ou 75 pontos base será determinada por dados econômicos. Embora Williams espere que o crescimento desacelere e a taxa de desemprego aumente, ele não projeta uma recessão.

Os temores de uma desaceleração econômica em meio à política restritiva do Fed têm reduzido o apetite a ativos de risco este ano. Ainda assim, analistas continuam otimistas com os lucros corporativos, com as estimativas de margem líquida para as empresas do S&P 500 permanecendo em um recorde.

“A única coisa que podemos dizer com convicção é que a alta volatilidade do mercado provavelmente persistirá até que haja evidências claras de que a inflação está em declínio e o Fed gire para uma postura menos agressiva, tirando a rampa de saída do destino da recessão”, disse Jason Draho, chefe de alocação de ativos para as Américas do UBS Global Wealth Management, para a Bloomberg News.

-- Com informações da Bloomberg News

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.