Os IPOs no Brasil vão voltar?

Também no Breakfast: Mercados sinalizam altas, apesar de cautela e macro ruim; 5 estratégias para investir no 2° semestre, aponta UBS (e uma para evitar) e Incertezas impulsionam busca por novo investidor para TAP

Tempo de leitura: 4 minutos

Bloomberg Línea — Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.

O mercado de IPOs brasileiros caminha para o primeiro semestre mais fraco desde 2016 -- quando a então presidente Dilma Rousseff enfrentava um processo de impeachment e o país lidava com uma recessão recorde. Agora, a escalada das taxas de juros ao redor do mundo reduziu o apetite por ativos de risco. Os temores de uma desaceleração global cresceram e, localmente, os investidores se preparam para as eleições presidenciais de outubro.

Nenhuma empresa brasileira abriu capital neste ano até dia 20 de junho, contra 29 transações que levantaram US$ 6,9 bilhões no mesmo período no ano passado, e estendendo uma pausa que começou após a megaoferta do Nubank (NU) em dezembro, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. Para empresas dos Estados Unidos, o número de transações caiu de 473 para 104 no mesmo período.

Mais adiante, a expectativa é de que qualquer recuperação no mercado de IPOs seja gradual. Enquanto algumas empresas colocam os planos de IPO em segundo plano, ainda há apetite por nomes já listados, especialmente com os preços no mercado acionário brasileiro no menor nível desde 2008.

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➡ Leia a matéria completa sobre a seca de IPOs brasileiros

Seca de IPOs brasileiros traz 1º semestre mais fraco desde 2016dfd

Na trilha dos Mercados

O medo da recessão chacoalha a semana. Entre a jura de batalha contra a inflação feita pelo presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, e dados macroeconômicos que sugerem um esfriamento da economia, o mercado tem estado cauteloso. Porém, alguns fatores ajudam a levantar os mercados - na manhã de hoje, inclusive.

O primeiro é a busca por setores considerados “refúgio”, como saúde, consumo não cíclico, imóveis e serviços essenciais. Também alenta o mercado desconfiado a perspectiva de que os juros baixem logo após um “repique de emergencia” para esfriar a inflação.

🚰 Sede de recuperação. Isso tem colaborado para uma redução considerável dos prêmios dos títulos do Tesouro, ajudando a recompor o seu valor nominal. Os bônus com prazo de dois anos, mais sensíveis à política monetária, se dirigiram à maior queda semanal de seus prêmios desde março de 2020.

👎 Macro ruim. Mas a macroeconomia pode frear os ânimos. Os últimos dados publicados nos EUA e na Europa mostram uma deterioração do cenário. Os indicadores de gerentes de compras PMI divulgados ontem, que medem a temperatura do setor manufatureiro, desapontaram tanto na Europa como nos Estados Unidos. Neste último, os pedidos iniciais de seguro-desemprego da semana até 18 de junho chegaram a 229 mil, o nível mais alto desde o início de fevereiro.

🇪🇺 Alerta de gás na Europa. O mercado está atento a esta advertência. A Alemanha alertou que as medidas da Rússia para cortar o fornecimento de gás natural para a Europa poderiam levar a um colapso nos mercados de energia, estabelecendo um paralelo com o papel do Lehman Brothers no desencadeamento da crise financeira.😣 Mea culpa. O segundo testemunho de Powell não causou o mesmo impacto negativo do anterior. Ele fez ontem uma espécie de ‘mea culpa’ ao dizer que o Fed subestimou o avanço da inflação com a chegada das vacinas contra a Covid-19.

Um panorama dos mercados no início da manhãdfd
🟢 As bolsas ontem: Dow Jones Industrials (+0,64%), S&P 500 (+0,95%), Nasdaq Composite (+1,62%), Stoxx 600 (-0,82%), Ibovespa (-1,45%)

Os investidores pesam a possibilidade de uma recessão nos EUA e a volatilidade continua em Wall Street. As reivindicações de seguro-desemprego se aproximaram a uma máxima de cinco semanas, enquanto a atividade fabril e do setor de serviços nos EUA esfriou em junho. Durante o dia, a dirigente do Fed Michelle Bowman se disse partidária de um aumento dos juros novamente em 75 pontos base em julho e em mais meio ponto depois disso.

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No radar

Esta é a agenda prevista para hoje:

EUA: Confiança do consumidor dos EUA - Universidade de Michigan dos EUA, Venda de Casas Novas/Mai

Europa: Zona do Euro (Cúpula de Líderes da UE); Reino Unido (Vendas no Varejo/Mai), Alemanha (Índice Ifo de Clima de Negócios/Jun), Espanha (PIB/1T22)

América Latina: Brasil (Confiança do Consumidor FGV/Jun, IPCA-15/Jun, Transações Correntes/Mar, Fluxo Cambial Estrangeiro); México (Atividade Econômica/Abr)

Bancos centrais: Boletim Trimestral do BoE. Pronunciamentos de James Bullard (FOMC/Fed), Elizabeth McCaul (BCE) e Huw Pill (BoE)

Destaques da Bloomberg Línea

TAP: Incertezas impulsionam busca por novo investidor para aérea portuguesa

O presente de US$ 7 bi que o homem mais rico da Ásia separou para o seu aniversário

Miami atrai fundo hedge de US$ 50 bi e reforça status de novo centro financeiro

Campos Neto diz que BC busca inflação abaixo de 4% em 2023

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E mais na versão e-mail do Breakfast:

• Também é importante: • Netflix anuncia a demissão de mais 300 funcionários em nova rodada de cortes • Frete de combustível dos EUA para o Brasil fica 10 vezes mais caro em 4 meses • Mercado brasileiro se volta para debêntures com queda de ações • 5 estratégias para investir no 2° semestre, aponta UBS (e uma para evitar)

• Opinião Bloomberg: Investimentos em cigarros eletrônicos viraram fumaça

• Pra não ficar de fora: Rolex: revender relógio de luxo é mais lucrativo que bitcoin, mostra índice

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Edição: Michelly Teixeira | News Editor, Europe