R$ 10 mi em salário: realidade de bancos, apesar da crise

Também no Breakfast: Onda vendedora domina os mercados em semana de bancos centrais; Eletrobras privatizada, PetroRecôncavo e a agenda da bolsa na próxima semana e Aéreas ampliam rotas para os EUA com férias e fim de teste de Covid

Tempo de leitura: 5 minutos

Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.

O momento desafiador da economia tem afetado os negócios de diferentes setores. Mas há alguns que se mostram mais resilientes e que não só conseguem crescer na adversidade como são agressivos para assegurar que essa condição se mantenha. E isso passa por pagar remunerações que estão entre as maiores da economia. Estamos falando dos profissionais que trabalham no setor financeiro.

É o caso dos maiores bancos privados do país, cujos profissionais que os lideram têm sido capazes de entregar, ano após ano, melhora nos resultados, com lucros bilionários e crescentes.

Três dos maiores bancos brasileiros, segundo formulário de referência publicado na CVM (Comissão de Valores Mobiliários), pagaram salários anuais que vão dos R$ 9,2 milhões aos R$ 14,4 milhões (confira os detalhes na matéria completa).

PUBLICIDADE

Os valores superam, em muito, os de um estudo da PageGroup, consultoria global especializada em recrutamento executivo, segundo o qual algumas posições de liderança em grandes bancos poderiam chegar a uma remuneração total no ano de R$ 953,2 mil, caso de um head de risco de mercado. A remuneração anual estimada para um vice-presidente ou diretor executivo de produtos de grandes fintechs, segundo esta pesquisa, alcançaria o R$ 1,450 milhão.

Remuneração de executivos C-Level e de bankers é multiplicada com bônus e stock options oferecidos por bancos e outros players do mercado financeirodfd

Na trilha dos Mercados

Os investidores começaram o dia com os nervos à flor da pele. A onda vendedora, que começou na quarta-feira e se intensificou com o golpe da inflação nos Estados Unidos, é generalizada nos negócios com renda variável e títulos soberanos. Na sexta-feira, a liquidação de posições no mercado acionário superou o US$ 1 trilhão. O sentimento negativo afeta, também, o mercado de criptomoedas, com o Bitcoin caindo para abaixo de US$ 25 mil, no nível mais baixo em 18 meses.

🏦 Política monetária no foco. Esta será uma semana crucial para os mercados. O Federal Reserve (Fed) encabeça a lista de encontros de bancos centrais na semana (Inglaterra, Japão, Suíça e Brasil são outros pares). A espiral inflacionária nos EUA, com os preços ao consumidor subindo 8,6% em maio, contra expectativas de que se mantivesse nos 8,3% da leitura anterior, convida os operadores a esperarem um tom mais duro do Fed na quarta-feira.

🆒 Para esfriar a inflação. Aumentam as apostas em uma alta de 0,75 ponto percentual ao menos em uma das próximas três reuniões do Fed. Antes, o mercado considerava meio ponto de alta dos juros em cada um dos encontros do Fed. A última subida de 0,75 pontos pelo Fed foi feita em novembro de 1994. Os economistas do Barclays Plc e Jefferies LLC acreditam que um aumento dessa magnitude poderia chegar logo.

📉 Saída em bloco. O êxodo das ações é orientado pela perspectiva de que os bancos centrais comprometam o crescimento econômico ao aplicar juros cada vez mais altos para conter a inflação. O S&P 500 está, mais uma vez, se aproximando do mercado de baixa (bear market), situação em que a mão pesada do urso leva os indicadores a acumular um declínio de ao menos 20% desde sua pontuação máxima de fechamento.

☁️ Nas nuvens. Não só as ações estão perdendo valor. Ao redor do globo, os títulos soberanos exibem prêmios cada vez mais elevados, corroendo o seu valor nominal. Nos EUA, o prêmio dos títulos do Tesouro a 10 anos atingiu 3,24%, o mais alto desde outubro de 2018. Já na Europa, a venda de títulos do governo europeu também aumentou, com o rendimento da dívida pública alemã a dois anos subindo acima de 1% pela primeira vez em mais de uma década.

Manhã de segunda-feira no vermelhodfd
🟢 As bolsas na sexta-feira: Dow Jones Industrial (-2,73%), S&P 500 (-2,91%), Nasdaq Composite (-3,52%), Stoxx 600 (-2,69%), Ibovespa (-1,51%)

Uma leitura inesperadamente alta da inflação norte-americana arrastou para baixo os mercados acionários da maior economia do mundo, que sofreu sua maior queda em três semanas. Os dados sugerem que o Fed terá que ser mais contundente em seu ciclo de aperto monetário. A inflação atingiu uma alta de 40 anos em maio, quando os preços ao consumidor aceleraram para 8,6% frente ao ano anterior. Um relatório separado mostrou que a confiança dos consumidores americanos caiu no início de junho para um nível recorde. Já o petróleo bruto apresentou seu sétimo ganho semanal.

Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados e se inscreva no After Hours, a newsletter vespertina da Bloomberg Línea com o resumo do fechamento dos mercados.

No radar

Esta é a agenda prevista para hoje:

EUA: Não há eventos relevantes previstos

Europa: Reino Unido (Produção Industrial e do Setor de Construção/Abr, PIB, Balança Comercial/Abr); Espanha (Confiança do Consumidor)

Ásia: Japão (Índice BSI de confianza de grandes empresas manufactureras/2T22)

América Latina: Brasil (Boletim Focus)

Bancos centrais: Discurso de Lael Brainard (vice-presidente do Fed/FOMC) e de Luis De Guindos (vice-presidente do BCE)

Outros: Primeira reunião ministerial da OMC em quase cinco anos - vai até 15 de junho.

📌 Para a semana:

Terça-feira: Índice de Preços ao Produtor (IPP) dos EUA. Produção Industrial e Percepção Econômica da Zona do Euro. IPC da Alemanha. Japão: Produção Industrial

Quarta-feira: Decisão sobre juros pelo Fed e entrevista do presidente Jerome Powell. Ainda nos EUA: Estoques comerciais, Índice Empire de Atividade Industrial, Vendas no Varejo. China: operações de liquidez, dados sobre empréstimos de médio prazo. Discurso da presidente do BCE, Christine Lagarde

Quinta-feira: Decisão sobre juros do Banco da Inglaterra. Nos EUA: Venda de Casas Novas, Pedidos Iniciais de Seguro-Desemprego

Sexta-feira: Decisão sobre juros do Banco do Japão. IPC da Zona do Euro. EUA: Índice do Conference Board, Produção Industrial

Destaques da Bloomberg Línea

China preocupa EUA com novos alertas privados sobre Estreito de Taiwan

Eletrobras privatizada, PetroRecôncavo e a agenda da bolsa na próxima semana

Demissões em startups na América Latina são chance para contratar talentos

Microsoft lança parceria que permite jogar Xbox sem console

Donos da Chanel veem patrimônio subir para US$ 90 bilhões com alta demanda

E mais na versão e-mail do Breakfast:

• Também é importante: • Companhias aéreas ampliam rotas para os EUA com férias e fim de teste de covid • Bolsonaro pede ajuda de Biden para conseguir reeleição, dizem fontes • Warren Buffett, Google e Facebook estão em um embate sobre energia limpa • Quer morar fora? Veja as cidades com menor custo de vida na América Latina

• Opinião Bloomberg: Da Geração X à Geração Z, todo mundo gosta do trabalho remoto

• Pra não ficar de fora: Quanto ganham os super-heróis da Marvel?

⇒ Essa foi uma amostra do Breakfast, que na versão completa inclui muitas outras notícias de destaque do Brasil e do mundo.

Para receber a íntegra da newsletter na sua caixa de email, registre-se gratuitamente no nosso site.

Por hoje é só. Bom dia!

Obrigado por ler nossa newsletter matinal.

Edição: Michelly Teixeira | News Editor, Europe