Conselheiro da Petrobras defende subsídio para combustível

Chance de adotar subsídios pode se tornar ainda mais remota depois que o presidente Bolsonaro substituiu o ministro de Energia nesta quarta

Equipe econômica enfrenta limitações fiscais e eleitorais, disseram pessoas familiarizadas com o assunto
Por Mariana Durao
11 de Maio, 2022 | 04:22 PM

Bloomberg — Os subsídios são a única maneira de aliviar as pressões dos combustíveis, já que a Petrobras deve continuar acompanhando os preços internacionais, disse Marcelo Gasparino, representante dos acionistas minoritários no conselho da estatal.

Segundo ele, o governo deveria criar um subsídio específico para setores como transporte rodoviário, transporte coletivo urbano, táxis e aplicativos. Seria uma medida semelhante à adotada pelo ex-presidente Michel Temer em 2018, para resolver a greve dos caminhoneiros, que prejudicava a economia.

“A solução conjuntural não é simples, mas está nas mãos dos governos federal e estadual”, afirmou Gasparino, em entrevista à Bloomberg News.

Apesar da pressão crescente para que o governo adote subsídios, já que a inflação supera 12% apenas cinco meses antes das eleições, a equipe econômica enfrenta limitações fiscais e eleitorais, disseram pessoas familiarizadas com o assunto.

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A chance de o governo adotar subsídios pode se tornar ainda mais remota depois que o presidente Jair Bolsonaro substituiu o ministro de Energia Bento Albuquerque na quarta-feira. Enquanto Albuquerque insistia que a Petrobras não poderia manter os preços dos combustíveis estáveis a menos que houvesse subsídios, seu substituto Adolfo Sachsida é contra essa ajuda.

Para os membros da equipe econômica, da qual Sachsida fez parte desde 2019, a gigante petrolífera poderia ser mais sensível socialmente ao repassar os aumentos do preço do petróleo aos consumidores.

Gasparino, que é membro do conselho da empresa desde 2021, também argumenta que os governos estaduais precisam revisar a forma de cálculo da pauta fiscal do ICMS - embora ele admita que isso seja improvável, devido à proximidade das eleições.

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