Ibovespa afunda e dólar vai a R$ 5,09 com maior aversão ao risco global

After Hours: Movimento na B3 foi contrário ao visto nos EUA, em que as bolsas fecharam em alta de até 1,6% nesta segunda (2)

After hours
02 de Maio, 2022 | 05:24 PM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) encerrou o pregão desta segunda-feira (2) em queda de 1,15%, aos 106.638 pontos, com os mercados digerindo uma piora nas projeções para a inflação este ano, em uma semana decisiva para a taxa básica de juros no Brasil e nos Estados Unidos.

Lideraram as perdas na Bolsa as ações de Azul (AZUL4), Banco Pan (BPAN4) e Gol (GOLL4), com baixas de 7,19%, 6,09% e 5,98% respectivamente. A sessão também foi de queda para as commodities, contribuindo para um desempenho negativo de ações ligadas ao setor, como Petrobras (PETR3; PETR4), com quedas de 1,79% e 0,99%, bem como 3R Petroleum (RRRP3), que caiu 5,10%, a R$ 43,87, na B3.

Já o destaque positivo da sessão recaiu sobre os papéis de Pão de Açúcar (PCAR3), que subiram 4,87%, negociados a R$ 21,32. O movimento aconteceu após coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo, trazer a notícia de que Abilio Diniz, terceiro maior acionista mundial do Carrefour, estaria em negociações ainda em estágio inicial com o grupo Casino (dono do Pão de Açúcar).

De acordo com Lívia Rodrigues, analista de research da Ativa Investimentos, a forte alta dos papéis na contramão do Ibovespa acontece pelo fato de que a redução de participação do grupo Casino reduziria o risco aos acionistas minoritários. Segundo ela, o forte desconto do GPA está relacionado à governança (controle do Casino sobre a operação da varejista) – tornando a notícia positiva para as ações PCAR3.

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O dólar, por sua vez, voltou a subir nesta segunda, dado o aumento de aversão ao risco, e era negociado acima dos R$ 5.

Confira como fecharam os mercados nesta segunda-feira (2):

Atenções no Copom e Fomc

A semana é marcada pela decisão de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos – com os investidores acompanhando as reuniões de perto em meio à forte inflação. A expectativa é de aumento de juros nos dois países, de forma a conter o aumento dos preços.

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Por aqui, o relatório Focus, do Banco Central, mostrou piora nas projeções para a inflação neste e no próximo ano. Agora, as expectativas apontam para IPCA de 7,89% em 2022, ante 7,65%, e alta de 4,10% em 2023, ante projeção de 4,00% anteriormente.

Além das reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), no Brasil, e do Federal Open Market Committee, nos EUA, a semana também conta com encontros do Banco Central Europeu (BCE) para decidir a taxa de juros do bloco. Noruega, Reino Unido e Austrália também têm reuniões de política monetária agendadas.

O ambiente é de cautela, com os investidores acompanhando o impacto das restrições na China em meio ao avanço da covid-19 e a continuidade da guerra na Ucrânia. A temporada de resultados corporativos do primeiro trimestre também segue no radar.

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.