Ibovespa se recupera do tombo da véspera com alta de bancos

Investidores também monitoram os preços do petróleo e as consequências da alta da inflação - que parece ter atingido o pico

Às 10h39 (horário de Brasília), o Ibovespa subia 1,05%, negociado aos 109.350 pontos;
27 de Abril, 2022 | 10:50 AM
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Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) subia no início desta quarta-feira (27), interrompendo uma sequência de sete quedas consecutivas, em linha com o sentimento de alta do exterior e se recuperando do tombo dos bancos da véspera, que seguiram os resultados do Banco Santander (SANB11) abaixo do esperado.

Lá fora, as bolsas americanas operavam próximas à estabilidade, com o Dow Jones, o S&P 500 e o índice Nasdaq subindo.

O dia é de calmaria comparado com esta última terça (26), quando os mercados no exterior sentiram a confirmação da compra do Twitter (TWTR) pelo bilionário Elon Musk - que levou os papéis de alta tecnologia a uma queda massiva ao redor do mundo.

Enquanto isso, por aqui, o dólar operava em leve alta, em linha com outros pares, como o peso mexicano e o rand sul-africano. Os investidores monitoram principalmente o mercado de energia no exterior, com os preços do petróleo em níveis mornos após a interrupção do fornecimento de gás da Polônia pela Rússia.

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A expectativa é que os países do bloco europeu avancem com as discussões sobre uma proibição total da compra do óleo russo, o que pressionaria ainda mais os preços dos combustíveis na região. Entre as commodities, os preços do petróleo caíam, com os futuros do West Texas Intermediate (WTI) recuando 1,16%, a US$ 100,34.

E falando em preços, os investidores brasileiros também reagem ao resultado do IPCA-15, prévia da inflação oficial, que teve alta de 1,73% em março, quase dobrando a variação anterior, de 0,95%.

O impacto veio principalmente pela alta dos combustíveis nas principais cidades do Brasil - consequência direta da volatilidade de preços no exterior ocasionada pela guerra na Ucrânia. Foi a maior variação mensal do índice desde fevereiro de 2003 e a maior para o mês de março desde 1992.

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Em fevereiro, a inflação por aqui já havia subido para a máxima dos últimos 30 anos, impactada, mais uma vez, pela gasolina e por alimentos. Mas agora, segundo alguns analistas, a alta parece estar atingindo um pico.

“Apesar do número elevado há agora a perspectiva mais clara que podemos estar de fato chegando no pico da inflação uma vez que para maio não devemos ter altas de combustíveis (uma vez que já está sendo plenamente absorvida agora) e assim podemos ter uma alta menor. Não quero com isso apontar que a inflação irá melhorar, mas em termos relativos pode ser ‘menos pior’ em 12 meses”, escreveu André Perfeito, economista-chefe da Necton, em comentário enviado à Bloomberg Línea.

Segundo ele, a projeção da casa para o IPCA no final de 2022 fica em 8,06%, mantendo a expectativa de mais duas altas para a taxa básica de juros, a Selic, que deve chegar a 13,25%.

Ontem, os economistas consultados pelo Banco Central no Boletim Focus, relatório semanal com projeções do mercado, elevaram as estimativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 7,46% para 7,65% em 2022, e veem agora uma taxa Selic de 13,25% ao fim do ano, ante projeção de 13,05%.

Para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que acontece na próxima semana, o Focus manteve expectativa de aumento de 1 ponto da Selic, para 12,75% ao ano.

Confira o desempenho dos mercados nesta quarta-feira (27):

  • Às 10h39 (horário de Brasília), o Ibovespa subia 1,05%, negociado aos 109.350 pontos;
    • Dentre as maiores altas estava o Banco do Brasil (BBAS3), com avanço de 0,8%, e o Bradesco (BBDC4), com 1,2%
  • O dólar avançava 0,25%, a R$ 5,0113, na quinta alta consecutiva
  • Nos EUA, os índices subiam: o do Dow Jones avançava 0,49%, o do S&P 500 subia 0,25%, enquanto o da Nasdaq tinha alta de 0,07%;
  • Na Europa, a sessão também era de alta, com avanço de 0,02% do índice CAC-40, de Paris e de 0,15% do Dax, de Frankfurt.

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Ana Siedschlag

Editora na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero e especializada em finanças e investimentos. Passou pelas redações da Forbes Brasil, Bloomberg Brasil e Investing.com.