Vendas da Heineken sobem à medida que clientes retornam aos bares na Europa

Receita da companhia aumentou em mais de um terço, impulsionada principalmente por aumentos de preços

No entanto, a recuperação da demanda é obscurecida pela guerra da Rússia na Ucrânia e pelo aumento dos custos da cadeia de suprimentos
Por Thomas Buckley
20 de Abril, 2022 | 07:59 AM

Bloomberg — A Heineken NV, a segunda maior cervejaria do mundo, superou estimativas de vendas de cerveja no primeiro trimestre, com clientes voltando a pubs, bares e restaurantes em toda a Europa, apesar de terem que pagar mais por suas canecas.

Os volumes de cerveja subiram 5,2% em base orgânica, melhor do que a estimativa média de analistas de 4,6%, disse a cervejaria holandesa em comunicado nesta quarta-feira (20). A receita aumentou em mais de um terço, impulsionada principalmente por aumentos de preços. As ações subiram até 5% no início das negociações de Amsterdã.

A Heineken reiterou sua perspectiva de crescimento modesto este ano, uma vez que a recuperação da demanda é obscurecida pela guerra da Rússia na Ucrânia e pelo aumento dos custos da cadeia de suprimentos. O presidente-executivo, Dolf van den Brink, alertou para a incerteza econômica e “ventos contrários inflacionários adicionais” nos próximos meses e indicou que a empresa pode aumentar ainda mais os preços.

“Esperamos que as crescentes pressões inflacionárias afetem a renda disponível das famílias e um consequente risco para o consumo de cerveja no final do ano”, disse a empresa, ecoando comentários feitos no início deste ano.

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A cervejaria sinalizou em fevereiro que estava enfrentando a pior inflação em uma década e disse que os consumidores podem reduzir a cerveja, ameaçando a recuperação do setor da pandemia. Mas o desempenho da empresa no primeiro trimestre, que foi especialmente forte na Europa, dá um tom otimista para as rivais Anheuser-Busch InBev (BUD) e Carlsberg, que divulgarão resultados nas próximas semanas.

A cervejaria holandesa registrou lucro líquido de 417 milhões de euros (US$ 451 milhões) no trimestre, acima dos 168 milhões de euros do ano anterior. “O crescimento da receita é o principal impulsionador desse forte desempenho”, escreveram Edward Mundy e Jaina Mistry, analistas da Jefferies, em nota.

A Heineken disse anteriormente que espera um prejuízo de 400 milhões de euros devido à sua retirada da Rússia em meio à guerra na Ucrânia. A Carlsberg, a maior cervejaria do mercado de US$ 16 bilhões da Rússia, também se comprometeu a sair do país.

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