Ano de Copa: CBF espera faturar mais R$ 1 bilhão em 2022

Em 2021, apesar de crise na presidência, Confederação Brasileira de Futebol alcançou receita recorde de R$ 1,01 bilhão com ajuda da alta do dólar

Do faturamento de 2021, R$ 255 milhões foram destinados ao custeio das Seleções Principais e de Base, masculinas e femininas
19 de Abril, 2022 | 02:46 PM

Bloomberg Línea — Em um ano marcado por denúncias de assédio e crise na presidência, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) registrou receita total recorde de R$ 1,01 bilhão em 2021, um aumento ante os R$ 716 milhões do ano anterior - que teve ganhos reduzidos pela pandemia.

A CBF divulgou nesta terça-feira (19) o balanço de 2021 e o guidance de R$ 1,007 bilhão em receita para este ano, enquanto se prepara para a Copa do Mundo do Catar, em novembro - e que, em caso de possível vitória do Brasil, pode ajudar a engordar os números.

Desse valor esperado para 2022, R$ 696 milhões seriam destinados a investimento em futebol.

Resultados de 2021

O lucro da entidade subiu em 2021, ano em que a presidência da confederação sofreu mudanças após denúncias de assédio moral e sexual em junho contra o então presidente Rogério Caboclo.

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O valor ficou em R$ 68,92 milhões, um aumento de cerca de R$ 20 milhões em comparação com o ano anterior. Caboclo foi suspenso e depois afastado permanentemente do cargo, que desde agosto é ocupado por Ednaldo Rodrigues.

“Pela primeira, vez a CBF superou a casa de R$ 1 bilhão de arrecadação total e, com isso, aumentou o nível de investimento no desenvolvimento do futebol para quase R$ 700 milhões de forma direta”, disse Rodrigues, conforme divulgado pela instituição. “Especialmente nestes dois anos em que as atividades do futebol foram muito impactadas pela pandemia, esse aporte recorde em toda a estrutura do futebol foi fundamental para a roda continuar girando.”

A maior parte dos ganhos da entidade vem de patrocínios, que normalmente são contratos firmados em dólar (USDBRL) - o que ajudou no aumento dos ganhos do último ano, já que o câmbio registrou aumento de mais de 7% em 2021. Foram R$ 576 milhões vindo dos patrocinadores em 2021, com aumento de 58% em relação ao ano anterior.

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Do faturamento de 2021, R$ 255 milhões foram destinados ao custeio das Seleções Principais e de Base, masculinas e femininas.

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Kariny Leal

Jornalista carioca, formada pela UFRJ, especializada em cobertura econômica e em tempo real, com passagens pela Bloomberg News e Forbes Brasil. Kariny cobre o mercado financeiro e a economia brasileira para a Bloomberg Línea.