CBA sobe 102% desde IPO e Miles ainda considera papel atrativo

Valuation da brasileira ainda é positivo, mesmo com outras produtoras de alumínio reduzindo sua capacidade de produção

CBA concluiu IPO na B3 no dia 15 de julho de 2021
Por Vinícius Andrade
23 de Março, 2022 | 04:38 PM
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Bloomberg — A Companhia Brasileira de Alumínio (CBAV3) surgiu como uma das vencedoras entre as dezenas de empresas que abriram capital no ano passado no país, contrariando uma tendência de retornos predominantemente fracos para as estreantes.

As ações da CBA, como a empresa é conhecida, subiram cerca de 70% desde o início do ano, mais de cinco vezes o ganho do Ibovespa (IBOV) no mesmo período. As ações foram impulsionadas pelo rali recorde dos preços de alumínio, à medida que a invasão da Ucrânia pela Rússia intensificou os problemas de oferta ao redor do mundo.

Desde sua oferta pública inicial em julho, a CBA viu seu valor de mercado dobrar, superando um retorno médio negativo em 19% para as 47 companhias brasileiras que foram listadas em 2021 e ainda estão sendo negociadas, segundo dados compilados pela Bloomberg. A decisão da companhia de aumentar sua capacidade de produção nos próximos meses, antes do previsto, foi bem recebida pelos investidores.

“O valuation ainda é atrativo, ao passo que outras produtoras de alumínio enfrentam problemas”, com muitas reduções de capacidade na Europa, disse Fabiano Custódio, diretor de investimentos da Miles Capital, que montou posição no IPO e é a maior acionista minoritária da companhia. “A empresa recebe energia internamente e de fontes limpas.”

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No ano passado, o cenário de juros baixos estimulou uma onda recorde de IPOs brasileiros, com muitas empresas se antecipando a um ano de volatilidade eleitoral para levantar recursos. Ainda assim, cerca de 77% das listagens estão negociando abaixo do preço do IPO. Dotz e Westwing caíram mais de 80%.

A CBA, controlada pela Votorantim, divulgou resultados que vieram acima do projetado para este mês e está antecipando um projeto de expansão, enquanto seus rivais adiam investimentos em meio à crise de energia. A romena Alro, por exemplo, cortou a produção por conta do aumento dos preços de energia.

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Apesar do rali, a CBA ainda negocia a um desconto em relação aos pares, e os preços do alumínio devem continuar tendo um momento favorável, segundo analistas do BTG Pactual (BPAC11) liderados por Leonardo Correa, em relatório na semana passada. O preço-alvo do BTG de R$ 25 sugere potencial de valorização de quase 10% em relação aos níveis atuais.

Nesta quarta-feira, as ações da CBA subiam pela quinta sessão seguida em São Paulo, caminhando para fechar na máxima histórica.

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