Ibovespa e Wall Street têm queda em sessão de fraqueza das commodities

Investidores repercurtiram novas restrições na China em meio ao avanço da covid-19; atenções recaem sobre decisões de juros na quarta-feira (16)

Commodities caem com novas restrições na China, por conta do aumento de casos de covid-19.
14 de Março, 2022 | 05:36 PM

Bloomberg Línea — Em mais uma sessão de grande volatilidade nos mercados e em um dia de queda para as commodities, o pregão foi de perdas para a Bolsa brasileira e para os índices acionários em Wall Street.

  • No Brasil, o Ibovespa (IBOV) teve queda de 1,6%, abaixo dos 110 mil pontos, no menor patamar para o índice desde 24 de janeiro. Já o dólar voltou a subir.

Contribuíram para o desempenho negativo da Bolsa brasileira neste começo da semana as ações de empresas ligadas ao petróleo e às commodities, como a mineradora Vale (VALE3), que recuou 5,36%, aos R$ 91,60, após os contratos de minério de ferro na China registrarem baixa de cerca de 7%.

A companhia também divulgou nesta segunda os resultados de um programa de denúncias que resultou na demissão de 157 funcionários.

Também cederam na B3 nesta segunda os papéis de CSN Mineração (CMIN3), CSN (CSNA3), Usiminas (USIM5) e Gerdau (GGBR4), com baixas de 6,21%, 5,83%, 5,22% e 4,47%, respectivamente.

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A baixa das commodities reflete as novas restrições na China, por conta do aumento de casos de covid-19 em meio à política de “covid zero” do país, o que pode impactar novamente a cadeia de produção do lado da oferta, bem como colaborar para a desaceleração da segunda maior economia do mundo e global.

  • No mercado de petróleo, o tipo Brent para maio caiu 5,12%, cotado a US$ 106,90 o barril, enquanto o tipo WTI para abril recuou 5,78% na Nymex, a US$ 103,01;

Já entre os principais ganhos do Ibovespa nesta segunda estão os de papéis de grandes bancos, em um movimento de rotação setorial, de ativos ligados às commodities para o setor financeiro.

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As altas do setor foram lideradas pelo Santander (SANB11), que subiu 4,36%, aos R$ 33,74, seguido pelo Itaú Unibanco (ITUB4), com alta de 1,41%, aos R$ 25,19.

Destaque ainda para a incorporadora JHSF (JHSF3), com alta de 6,24% – a maior do dia no Ibovespa –, com os papéis negociados a R$ 5,11.

Confira o fechamento dos mercados nesta segunda-feira (14):

  • O Ibovespa teve queda de 1,6%, aos 109.927 pontos;
  • O dólar à vista subiu 0,84%, a R$ 5,12;
  • No mercado de juros futuros, o DI com vencimento em 2025 subiu 10 pontos-base, a 12,68%, enquanto o DI para 2027 avançou 13 pontos-base, a 12,50%;
  • O Bitcoin (BTC) tinha alta de 0,07%, por volta das 18h15 (horário de Brasília), aos US$ 38.715;

Exterior e juros

Nos Estados Unidos, um rali nas ações pela manhã, impulsionado pelas esperanças de uma nova rodada de negociações entre a Rússia e a Ucrânia, falhou nas negociações da tarde em Nova York, com o S&P 500 a caminho de seu menor nível desde maio.

De acordo com a Bloomberg News, que conversou com pessoas familiarizadas com o assunto, a Casa Branca está discutindo se o presidente Joe Biden fará uma visita a destinos não especificados na Europa, enquanto a guerra da Rússia contra a Ucrânia está em andamento.

  • Nos EUA, o Dow Jones fechou estável, o S&P 500 recuou 0,74%, enquanto o índice da Nasdaq teve baixa de 2,04%;
  • Na Europa, o movimento foi de alta para os principais índices acionários. Destaque para o Dax, da Alemanha, que subiu 2,21%, e o CAC-40, que avançou 1,75%;

Nos mercados, as atenções recaem sobre os encontros do Comitê de Política Monetária (Copom), no Brasil, e do Federal Open Market Committee (Fomc), nos Estados Unidos, nesta quarta-feira (16) para decidir o rumo da taxa básica de juros nos dois países.

A expectativa é de alta das taxas, em um cenário de forte pressão inflacionária, ampliada ainda pela valorização do petróleo e demais commodities ao redor do mundo em meio à guerra na Ucrânia e sanções à Rússia.

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Por aqui, o relatório Focus, do Banco Central, mostrou expectativas mais elevadas para a inflação e para a taxa Selic este ano: as estimativas para o IPCA em 2022 foram elevadas pela nona semana, de 5,65% para 6,45%, enquanto as para a taxa básica de juros subiram de 12,25% para 12,75% em dezembro.

Para esta quarta, o mercado estima aumento de um ponto-percentual na Selic, para 11,75% ao ano.

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.