Bloomberg Línea — Após operarem no vermelho, as bolsas globais viraram para alta na tarde desta terça-feira (8), em uma sessão de forte valorização do petróleo, após o presidente dos Estados Unidos Joe Biden anunciar que vai proibir as importações de combustíveis fósseis russos, incluindo o petróleo. No Brasil, o dólar acelerou o ritmo de baixa.
A medida será acompanhada pelo Reino Unido, que anunciará a proibição das importações de petróleo, embora continue permitindo o gás natural e o carvão do país. A decisão pode exacerbar as crises de oferta de petróleo que levaram a commodity a ultrapassar os US$ 125 o barril em Nova York.
Nesta terça, por volta das 14h40 (horário de Brasília), o barril do petróleo tipo WTI disparava cerca de 7%, aos US$ 127,31 o barrril. O mesmo acontecia com o tipo Brent, cujo preço subia 6,6%, a US$ 131,33.
Com a notícia, as ações de petroleiras, como Petrobras (PETR3; PETR4), PetroRio (PRIO3) e 3R Petroleum (RRRP3) tinham alta na Bolsa brasileira. Os papéis da Petrobras subiam 1,3% (ON) e 2,4% (PN), enquanto PRIO3 tinha ganhos de 7,3% e RRRP3 avançava 4%.
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Se recuperavam na B3 ainda as ações de aéreas como Azul (AZUL4), que subiam 6,5%, e Gol (GOLL4), também com alta de 6,5%, que caíram forte na sessão anterior.
Já as maiores baixas do dia vinham de empresas como Locaweb (LWSA3), que recuava cerca de 4% e Vale (VALE3), com baixa de cerca de 3%.
- O Ibovespa (IBOV) oscilava entre perdas e ganhos, operando estável por volta das 14h40 (horário de Brasília), aos 111.602 pontos;
- O dólar à vista caía 0,80%, negociado a R$ 5,06;
- No mercado de juros futuros, o movimento era de alta: o DI com prazo em 2025, por exemplo, subia 13 pontos-base, a 12,42%;
- O Bitcoin (BTC) tinha ganhos de 2,22%, aos US$ 38.678;
Commodities, inflação e Fed
Na cena externa, os mercados europeus tinham movimento mistos, enquanto nos Estados Unidos os principais índices acionários viraram para alta nesta terça.
Os investidores repercutem as novas sanções à Rússia. A decisão sobre o petróleo é acompanhada de perto, em meio à preocupação de que a inflação descontrolada prejudique o crescimento econômico global.
O aumento dos preços de energia está complicando a tarefa dos formuladores de políticas econômicas, que enfrentam um delicado ato de equilíbrio no aperto para conter a inflação sem prejudicar a recuperação econômica. Autoridades do Federal Reserve, o banco central americano, devem se reunir em 16 de março para revisar as taxas de juros.
“Temos uma combinação de inflação crescente e condições financeiras mais apertadas, e isso está colocando todos nós em um aperto, mas está realmente colocando o Fed em um aperto”, disse Kathy Jones, estrategista-chefe de renda fixa da Charles Schwab, à Bloomberg. “Acho que o risco é mais apertado do que o esperado, e não menor.”
Em relatório, o UBS disse esperar agora uma antecipação do início da remoção de políticas de acomodação na reunião do Fomc de março. “O Fomc parece não se incomodar com as tensões geopolíticas e parece pronto para aumentar o intervalo da meta para a taxa em 25 bps e sinalizar que mais aumentos são necessários”, escreveu o banco.
Segundo os estrategistas do UBS, a ata divulgada após a reunião provavelmente reconhecerá a incerteza imposta pela guerra na Ucrânia, mas também sinalizará que mais aumentos de juros são considerados apropriados.
Confira o desempenho dos mercados internacionais:
- Na Europa, os índices operavam mistos, próximos da estabilidade. O índice Dax, da Alemanha, operava em leve queda de 0,02%, já o índice FTSE 100 tinha leve alta de 0,07%;
- Nos EUA, os mercados viraram para alta por volta das 14h40 (horário de Brasília): o Dow Jones subia 1,31%, o S&P 500 avançava 1,32%, enquanto o da Nasdaq tinha ganhos de 1,96%.
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