Bloomberg Línea — A Iguatemi (IGTI11) anunciou na noite de quinta-feira (3) a aquisição de 23,08% da Etiqueta Única, empresa de e-commerce que intermedia a venda de artigos de segunda mão de luxo, por R$ 27 milhões.
Segundo a companhia, a transação garante à empresa de shopping centers uma opção de compra para se tornar controladora da operação em um prazo de três anos.
“Além de estar alinhado aos objetivos de negócio da Iguatemi e tratar-se de um player em plena ascensão, a Etiqueta Única apresenta lucro desde a sua inauguração, em 2013, e, em 2022, vai dobrar o GMV [volume bruto de mercadorias, na sigla em inglês] atual. Com esse novo investimento, a empresa pretende triplicar o GMV nos próximos anos”, escreve a Iguatemi, em comunicado ao mercado.
O informe destaca que a Etiqueta Única possui mais de 600 marcas nacionais e internacionais em seu portfólio, além de 65 mil produtos autênticos, com marcas como Gucci, Chanel e Louis Vuitton.
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De acordo com o Iguatemi, a venda de produtos de segunda mão tem apresentado um crescimento quatro vezes superior ao do mercado de luxo regular e a expectativa é de que até 2025 cerca de 30% do mercado de luxo global se dê por meio de canais digitais.
“A combinação dos espaços físicos dos shoppings no portfólio Iguatemi, o Iguatemi 365 e agora, a Etiqueta Única, posiciona a companhia em um lugar estratégico para capturar esse crescimento”, escreve a rede.
Segundo a companhia, desde 2021 as duas empresas vêm desenvolvendo um programa de “lifecycle”, que tem como objetivo contribuir para a economia circular. No projeto, peças vendidas pela Etiqueta Única podem ter valores convertidos em créditos com um adicional de 10% para serem utilizados em compras de novos itens no Iguatemi 365, a plataforma de e-commerce do Iguatemi.
Flávio Conde, head de renda variável da casa de análise Levante Ideias de Investimentos, avalia que a aquisição faz parte da estratégia de shoppings e grupos de moda de aumentar suas participações em empresas do setor, tanto de roupas novas quanto de segunda mão (usadas), que são fortes no e-commerce.
“Gostei da aquisição, porque os consumidores têm comprado cada vez mais roupas e acessórios via e-commerce e isso é uma tendência secular”, afirma.
Ele destaca, contudo, que a compra levanta duas dúvidas de investidores: o preço pago pela participação, e como tornar esses e-commerces lucrativos, já que a maioria tem prejuízo e/ou lucros muito baixos.
Por volta das 11h10 (horário de Brasília), as ações IGTI11 operavam em queda da ordem de 2,5% na Bolsa, negociadas por volta dos R$ 19,10.
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