Serviços aceleraram migração para nuvem para reduzir gargalos da pandemia, diz AWS

Cleber Morais, diretor geral da AWS no Brasil, fala sobre o futuro da tecnologia em nuvem, além do papel do Brasil nesse ambiente no episódio #4 da série Casa de Negócio$

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Bloomberg Línea — Cleber Morais, diretor geral da AWS (Amazon Web Service) no Brasil, conhece como poucos o universo das empresas de tecnologia. Iniciou a carreira na IBM, foi para a Sun Microsystems quando a empresa ainda era considerada uma startup, passou pela Avaya, conduziu o crescimento da Bematech e ficou pouco mais de dois anos na Schneider Electric, antes de migrar para sua casa atual, onde está há quase quatro anos.

Nessa entrevista à série Casa de Negócio$, ele falou sobre o surgimento da AWS dentro da própria Amazon como uma área fundamental para dar suporte a um uma das maiores redes de varejo on-line do mundo, especialmente em períodos de pico de demanda, como a Black Friday.

“Em momentos em que você tinha grandes consumos, seguidos de períodos de ociosidade, criamos um mecanismo de levar aquilo a mercado e cobrar isso como um serviço. Ou seja, levamos toda uma capacidade computacional, de servidor, de armazenamento, e tudo mais, permitindo que o cliente pagasse pelo que ele utilizasse pela internet”, explica.

Para Morais, o advento da nuvem se equipara na tecnologia a quando a energia elétrica se transformou em um serviço, que passou a ser cobrado apenas por aquilo que é utilizado.

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No contexto da pandemia, os serviços de computação em nuvem contribuíram para que muitas empresas mantivessem seus serviços e até mesmo ampliassem seus negócios. Um exemplo isso foi o iFood. “Eles tiveram um pico de demanda muito forte e a partir do momento que entendemos junto com a empresa esse aumento de demanda, a rota de entregadores e tudo mais, ajudamos a reduzir o tempo de entrega do iFood em quase 30% e aumentamos a satisfação do cliente final”, diz o executivo

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Nesse cenário, as perspectivas são positivas para o crescimento da tecnologia. Segundo ele, o gasto mundial das empresas em tecnologia em nuvem é de 5% a 10% do investimento total que elas fazem. A expectativa do mercado é que chegue de 30% a 40% nos próximos anos. Ele lembra que, apenas para a região onde o Brasil está inserido, já está previsto um investimento de R$ 1 bilhão para ampliação da infraestrutura que vai suportar esse aumento da demanda.

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