Ibovespa resiste e fecha no azul em meio a tensões geopolíticas

Principal índice de renda variável da Bolsa foi impulsionado por empresas de consumo, que chegaram a apresentar ganhos de mais de 6%

Pregão foi marcado pela forte alta do petróleo diante das tensões políticas entre Rússia e Ucrânia
14 de Fevereiro, 2022 | 06:26 PM
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Bloomberg Línea — Resistindo a um cenário negativo no exterior, o Ibovespa (IBOV), principal índice de renda variável da Bolsa brasileira, encerrou o pregão desta segunda-feira (14) em alta de 0,29%, aos 113.899 pontos.

O índice foi impulsionado pelas empresas de consumo, que chegaram a apresentar ganhos de mais de 6%, caso da rede de petshops Petz (PETZ3), cujos papéis tiveram alta de 6,59% na B3, a R$ 17,62.

Outros ganhos relevantes no dia vieram de empresas como Banco Inter (BIDI11) – que liderou as altas do dia ao avançar 7,84%, aos R$ 26,41 –, e Hypera (HYPE3), cujas ações subiram 4,35%, a R$ 32,16.

Ainda que o conflito na Ucrânia tenha elevado o preço do petróleo, empresas como Petrobras (PETR3; PETR4) e 3R Petroleum (RRRP3) lideraram as perdas na B3 no dia, com baixas de 2,58% (ON), 2,25% (PN) e 1,32%, respectivamente.

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Também estiveram entre as maiores quedas os papéis de Méliuz (CASH3), que recuaram 1,81%, a R$ 2,71, e Marfrig (MRGF3), que cederam 2,53%, a R$ 22,37.

Confira, a seguir, como performaram os mercados nesta segunda (14):

  • O Ibovespa (IBOV) fechou em alta de 0,29%, aos 113.899 pontos;
  • O dólar comercial teve queda de 0,5%, negociado a R$ 5,218 na compra, no menor valor em mais de cinco meses;
  • No mercado de juros futuros, o DI com vencimento em 2023 teve alta de cinco pontos-base, a 12,47%, enquanto o DI com vencimento em 2027 subiu sete pontos-base, a 11,37%;
  • Na Europa, os mercados fecharam em queda, com as baixas lideradas pelo índice CAC-40, de Paris (-2,27%) e pelo Dax, da Alemanha (-2,02%);
  • Nos EUA, os movimentos foram mistos: o Dow Jones recuou 0,49%, o S&P 500 caiu 0,38%, enquanto o índice da Nasdaq fechou o dia estável;
  • O Bitcoin (BTC) subia 0,35%, a US$ 42.374, por volta das 18h12 (horário de Brasília)

Felipe Kulchetscki, fundador da JFK Investimentos, cita o ambiente de maior aversão ao risco tanto por conta das tensões entre Rússia e Ucrânia, quanto pela preocupação de aumento da inflação nos Estados Unidos, que pode fazer com que o Federal Reserve, o banco central americano, adote um aumento mais agressivo na taxa de juros.

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Segundo Kulchetscki, o mercado brasileiro parece estar se defendendo bem contra esse efeito global por ter iniciado o ciclo e alta dos juros antes dos demais emergentes, bem como, pelo fato de que um eventual conflito na Ucrânia contribua para um aumento no preço das commodities e, como no Brasil há muitas empresas vinculadas a esse setor, o impacto poderia ser positivo nessas empresas.

Veja mais: Ucrânia: Como conflito afeta preços de energia, alimentos e metais

Petróleo dispara

Entre as commodities, o destaque ficou com o petróleo WTI, que bateu o maior nível desde 2014, ultrapassando os US$ 95 o barril, em meio às tensões na Ucrânia.

Isso porque a Rússia pode realizar uma ação militar ofensiva ou tentar desencadear um conflito dentro da região já nesta semana, segundo afirmou na sexta-feira (11) o conselheiro de Segurança Nacional Jake Sullivan.

A Rússia negou repetidamente que planeja invadir e seu ministro das Relações Exteriores disse que iria propor continuar os compromissos diplomáticos com o Ocidente.

Uma potencial invasão russa da Ucrânia pode não apenas interromper o fornecimento de petróleo, como também desencadear sanções de retaliação pelos Estados Unidos.

(Com informações da Bloomberg News)

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.