Será que um dia a China vai ser a maior economia do mundo? Talvez não

A Bloomberg projetou três cenários e o gigante asiático pode não superar os Estados Unidos em dois deles; confira

China está no caminho certo, mas pode enfrentar percalços
Por Tom Orlik - Erik Zhu
11 de Fevereiro, 2022 | 11:31 AM

Bloomberg — Quando a China ultrapassará os Estados Unidos e chegará ao primeiro lugar no ranking econômico mundial? Para Pequim, seria conveniente que todos considerassem essa transição inevitável e iminente. Na verdade, está bem longe disso. Uma crise da dívida, o desgaste demográfico e o isolamento internacional podem manter a China presa em um eterno segundo lugar (esta nota conta com projeções de longo prazo feitas pela Bloomberg Economics e publicadas em julho de 2021).

Futuros alternativos

Na atual trajetória, a China deve superar os EUA e chegar ao primeiro lugar em mais ou menos uma década. No entanto, esse resultado não é garantido. A Bloomberg Economics modelou um cenário básico e cenários alternativos: um lado positivo da China impulsionado por reformas bem-sucedidas; um caminho mais lento arrastado pelo encolhimento da população e pelo isolamento internacional; e o pesadelo de Pequim – uma crise da dívida.

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No melhor cenário, PIB Chinês será aproximadamente 50% mais alto que o americano

Cenário 1: o básico

No cenário básico, a China ultrapassa os EUA no início da década de 2030.

Com o desempenho estupendo em inovação e P&D, China ultrapassa EUA no início da década de 2030

Cenário 2: crise financeira

A busca do Japão pelo primeiro lugar no ranking da economia global terminou em uma crise da dívida. O mesmo pode acontecer com a China. O aumento acentuado nos empréstimos desde 2008 é um sinal de alerta.

Pesadelo de Pequim. Com muitas dívidas, renda relativamente baixa e crise de inadimplência da Evergrande deixam a China presa atrás dos EUA

Cenário 3: desaceleração

Não é uma crise financeira que vai frear a ascensão da China. A combinação do isolamento internacional, o desgaste demográfico e os erros do governo podem gerar o mesmo efeito. Se os EUA tiverem bom desempenho nesse meio tempo, é difícil dizer quem sairia por cima.

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Estabilidade política, fecundidade da população e queda das ações chinesas de tecnologia podem influenciar o crescimento do país. China acaba alcançando os EUA, mas não desponta

--Este texto foi traduzido por Bianca Carlos, localization specialist da Bloomberg Línea.

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