Sinais de mais aperto monetário nos EUA adicionam volatilidade aos mercados

Bolsas europeias e futuros de índices nos EUA oscilam entre o positivo e o negativo; investidores avaliam peso de altas dos juros pelo Fed sobre a renda variável

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Barcelona, Espanha — Os mercados de renda variável operam com bastante volatilidade, com investidores divididos entre comprar ações a baixo preço e acatar os sinais do Federal Reserve (Fed) de maior aperto monetário. No mercado norte-americano, os contratos futuros de índices oscilavam do positivo ao negativo, movimento que também é replicado pelas bolsas europeias.

Na Europa, as ações de tecnologia e de viagem pesavam negativamente, movimento atenuado pelo setor bancário, já que o Deutsche Bank AG divulgou um balanço forte e elevou suas perspectivas. Nas operações de pré-mercado dos EUA, Tesla Inc. (TSLA) recuava após sua advertência sobre problemas na cadeia de abastecimento. Intel Corp também cedia, arrastada por previsões decepcionantes. Os títulos do Tesouro de 10 anos, cujos prêmios haviam subido depois do discurso de Powell, há pouco mostravam ligeiro decréscimo. O petróleo em forte alta já supera os US$ 88 por barril.

As ações mundiais caminham para o seu pior mês desde que a pandemia sacudiu os mercados em 2020 e a expectativa de um aumento maior do que o esperado dos juros incentiva este movimento. O mercado aposta em cinco altas de juros pelo Fed este ano e outros quatro pelo Banco da Inglaterra (BoE). Os investidores especulam se o Fed antecipará os aumentos, fazendo um raro movimento de 50 pontos-base em março.

Planos do Fed ecoam

A tão aguardada reunião do Fed passou, mas o tom mais beligerante do banco central dos Estados Unidos no combate à inflação continuará ecoando. Mais do que isso, se sobreporá sobre aos demais catalisadores dos mercados, como os balanços corporativos e as tensões geopolíticas.

O Fed abriu a porta a elevações das taxas de juros mais frequentes e potencialmente maiores do que o esperado. O mercado havia descontado nos preços dos ativos a hipótese de alta dos juros logo em março. Também já esperava que nestas alturas terminaria a provisão de liquidez pela Fed, que vinha comprando ativos para ajudar a economia durante a pandemia. Mas a indicação de Jerome Powell de que o Fed poderá subir os juros inclusive em todas as reuniões do ano, se necessário, pesou sobre a renda variável.

🥷 Com isso, o banco central dos EUA mostra que vai se valer de todos as artimanhas para debelar a escalada inflacionária, ainda que seja com um aumento mais rápido dos juros – e de maior dimensão.

♠️ Mesmo que o Fed não tenha transmitido com detalhes o tema da redução do balanço patrimonial, ficou claro que esta também poderá ser uma carta na manga para enxugar a liquidez do mercado. O banco central deixará que os títulos vincendos expirem, em vez de rolar a dívida, mas o foco de sua política monetária serão os juros.

📊 No radar dos operadores também estão alguns dados macroeconômicos, como o PIB norte-americano, e balanços de gigantes como Apple, que podem dar alguma ideia sobre o comportamento das cadeias de abastecimento.

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🟢 As bolsas ontem: Dow (-0,38%), S&P 500 (-0,15%), Nasdaq (+0,02%), Stoxx 600 (+1,68%), Ibovespa (+0,98%)

As ações americanas perderam terreno depois do discurso do presidente do Fed. O dia foi bastante volátil. O S&P 500, que havia subido mais de 2% no início do dia, acabou terminando no vermelho. Os rendimentos do Tesouro de 10 anos se aproximaram de 1,9% - estavam em 1,78% no começo da jornada.

Na agenda

  • EUA: Dados de crescimento do PIB no quarto trimestre, além de pedidos iniciais de seguro-desemprego e bens duráveis
  • Balanços: Apple, Visa, Mastercard, Comcast, McDonald’s, SAP, Samsung Electronics

Sexta-feira, 28

  • EUA: Renda do consumidor, sentimento do consumidor da Universidade de Michigan
  • Balanços: Chevron, Caterpillar

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-- Com informações de Bloomberg News