Ibovespa descola do S&P e recebe fluxo externo diante de ajuste do Fed

Ibovespa se beneficia pela continuidade da entrada de estrangeiros que buscam papéis vistos com múltiplos atrativos depois das perdas em 2021

Solidez destoa das bolsas em NY em meio aos solavancos com ajustes para o aperto monetário sinalizado pelo Fed
Por Patricia Lara
27 de Janeiro, 2022 | 01:38 PM

Bloomberg — A ligação entre os movimentos das ações brasileiras e o mercado norte-americano está mais frouxa neste mês de janeiro.

A correlação de 90 dias entre o Ibovespa (IBOV) e o índice S&P 500 (SPX) vem caindo e neste mês ficou, em média, em 0,36. O índice local acumulou alta de 6,2% em moeda local este ano até 26 de janeiro, e cerca de 11% em dólares, beneficiado pela continuidade da entrada de recursos estrangeiros que buscam papéis vistos com múltiplos atrativos depois das perdas em 2021. O S&P 500 caiu 7,6% no mesmo período. No ano passado, o principal referencial da bolsa brasileira teve sua primeira queda anual desde 2015 em meio ao aumento da taxa de juros, inflação elevada e riscos políticos.

A solidez destoa das bolsas em NY em meio aos solavancos com ajustes para o aperto monetário sinalizado pelo Federal Reserve. O S&P 500 tem perda próxima a 9% em janeiro, mês que teve um pregão a menos em Wall Street do que no mercado brasileiro diante do feriado em homenagem a Martin L. King Jr. nos EUA. Na véspera, o S&P voltou a cair depois de o presidente do BC dos EUA, Jerome Powell, reforçar o empenho em combater a inflação. O Ibovespa resistiu e fechou em alta.

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Curiosamente, as empresas mais maduras se prepararam melhor para o 2022 complicado e podem distribuir bons dividendos e juros sobre capital. Isso mexe ainda mais com o índice e enfraquece a correlação”, diz Álvaro Bandeira, economista-chefe do Modalmais.

Para Sérgio Goldman, chefe de pesquisa da Esh Capital, recomendações de venda de posições nos EUA e compra de emergentes acabam beneficiando também o Brasil, que tem múltiplos atrativos e registrou um resultado fiscal em 2021 melhor do que o esperado. A atratividade do país fez os estrangeiros ingressarem com R$ 21,07 bilhões para as ações na B3 entre 3 e 24 de janeiro.

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