Cinco assuntos quentes para o Brasil na próxima semana

A reunião do Fomc, seguida por fala de Jerome Powell, vai determinar o ritmo dos ativos a partir da próxima quarta-feira (26)

Powell
Por Josue Leonel
21 de Janeiro, 2022 | 07:32 PM

Bloomberg — Próxima semana será importante para os juros aqui e no exterior com reunião do Fomc e o primeiro IPCA-15 do ano. Fala de Jerome Powell e PIB dos EUA serão analisados em busca de pistas sobre ritmo do aperto monetário do Fed.

No Brasil, mercado monitora ainda risco fiscal com PEC dos combustíveis, quadro eleitoral, resultado do governo central e evolução da covid. Balanços de empresas de tecnologia americanas e follow-on da Braskem movem bolsas.

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Fomc e Powell

A reunião do Fomc, seguida por fala de Jerome Powell, vai determinar o ritmo dos ativos a partir da próxima quarta-feira (26). Economistas consultados pela Bloomberg esperam que o Fed sinalize que elevará a taxa básica de juros em março, marcando o primeiro aumento em mais de três anos, e que indique que passará reduzir o seu balanço patrimonial logo em seguida.

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Agenda de dados americana inclui primeira leitura do PIB do quarto trimestre de 2021, PCE e PMIs. Fora dos EUA, saem PMIs no Japão, zona do euro e Reino Unido. Bolsas ainda podem oscilar com balanços de gigantes como Apple, Microsoft, Tesla, Intel e Deutsche Bank.

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Inflação e fiscal

A pouco mais de uma semana do primeiro Copom de 2022, os juros futuros poderão reagir ao IPCA-15, que será divulgado no dia 26. Estimativa mediana indica que a inflação se desacelerou para 0,44% no comparativo mensal e 10,05% no anual. Resultado do governo central de dezembro e fechado de 2021 deve sair no dia 28. Entre os indicadores previstos nos próximos dias ainda estão IGP-M, contas externas, dados de crédito e taxa de desemprego.

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PEC e eleição

O mercado vai monitorar as negociações do governo para aprovar a PEC dos combustíveis, que busca isentar os combustíveis de PIS/Cofins. Alguns analistas consideram a medida como sinal de que o governo poderá piorar o quadro fiscal com isenções ou gastos para favorecer a reeleição do presidente. O Congresso encerra o recesso só em fevereiro.

Radar também continua nos movimentos dos pré-candidatos a presidente. O ex-presidente Lula, líder isolado das pesquisas, fez esta semana aceno visto como positivo por parte dos investidores ao defender uma aliança ampla, da esquerda à centro-direita, que incluiria Geraldo Alckmin como vice.

Covid

O mercado deve seguir acompanhando os números da Covid após os casos diários superarem os 200.000, batendo novo recorde, nesta semana. Por ora, a preocupação com a nova onda da pandemia é limitada pela percepção de que a letalidade da variante ômicron é baixa e seu pico será atingido rapidamente. No entanto, qualquer evolução que contrarie essas premissas poderá gerar volatilidade.

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Braskem

Petrobras e Novonor querem vender até 154,9 milhões de ações preferenciais que detêm na Braskem. A oferta pode levantar mais de R$ 8 bilhões e o fim do bookbuilding, com a definição do preço das ações, está marcado para a próxima quinta-feira (27). A Novonor disse que usará parte dos recursos para pagar dívidas com os credores Bradesco, Itaú e Santander. Agenda corporativa semanal ainda traz definição de preço de unit da BR Partners em oferta subsequente e AGE da Oi.

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