Covid: NY tem novo surto e cancela eventos apesar de vacinação alta

Estimativas apontam ômicron em 13% dos casos relatados; confirmações estão no maior patamar desde janeiro

Nueva York
Por Elaine Chen (News) e Nic Querolo
17 de Dezembro, 2021 | 04:40 PM

Bloomberg — A cidade de Nova York parece não ser páreo para a convergência das variantes delta e ômicron, apesar de ter algumas das restrições mais duras contra Covid-19 e as taxas de vacinação mais altas nos EUA.

No momento em que a cidade estava ficando mais lotada e escritórios vazios começavam a diminuir, uma reviravolta deixou as pessoas novamente nervosas. Os novos casos do vírus estão no maior patamar desde janeiro.

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As empresas estão pedindo para que trabalhadores fiquem em casa, as salas de aula estão fechando e os postos de testagem têm longas filas. Shows e restaurantes da Broadway também estão fechando à medida que faltam funcionários e surtos de Covid surgem pela cidade na época mais movimentada do ano para o turismo.

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ASSISTA: Ômicron força empresas como Citigroup, Citadel e JPMorgan a mudarem seus planos de retorno ao escritório.Fonte: Bloomberg

Surto no Natal

“Nunca vimos isso em Nova York”, disse Jay Varma, consultor de saúde pública do prefeito Bill de Blasio, no Twitter. “Testes positivos dobrando em três dias.”

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De fato, 7,8% dos casos da cidade tiveram resultados positivos em 12 de dezembro, ante 3,9% em 9 de dezembro, de acordo com dados da cidade. Muitos desses casos são leves e as hospitalizações e mortes estão longe do nível visto nos primeiros dias da pandemia. Mas as hospitalizações também estão aumentando rapidamente e mais do que dobraram desde o feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos.

Apenas algumas semanas atrás, a delta representava quase todos os casos sequenciados na área de Nova York. Mas a ômicron, que parece ser muito mais transmissível do que as variantes anteriores, cresceu rapidamente para representar 13% dos casos da região, segundo estimativa do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos.

De Blasio, que já exigia vacinas para ingressar em restaurantes e atrações turísticas, e as tornou obrigatórias para trabalhadores da cidade, agora está expandindo o pedido para empresas privadas a partir de 27 de dezembro.

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A governadora Kathy Hochul começou a exigir máscaras em todos os locais públicos fechados que não exigem comprovante de vacinação de Covid-19 e pediu outro milhão de testes para enviar às comunidades necessitadas.

O estado de Nova York relatou 18.276 novos casos de Covid em 15 de dezembro - o terceiro maior número já registrado - incluindo 8.318 na cidade de Nova York.

O impacto é visto nas escolas públicas da cidade, o maior sistema dos EUA com cerca de um milhão de alunos. Entre o início das aulas e o final de novembro, houve três fechamentos de escolas e cerca de 2.500 fechamentos de salas de aula, de acordo com dados da Secretaria de Educação da cidade. A cidade já fechou seis escolas inteiras e 4.200 salas de aula.

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Jefferies Financial Group, Citigroup e o Banco de Montreal disseram aos funcionários para trabalharem de casa. JPMorgan Chase & Co. começou a exigir vacinas na entrada em sua sede em Manhattan e mudou sua conferência anual de saúde de janeiro para o modelo online.

  

A Broadway, que ficou fechada por 18 meses e foi reaberta apenas em setembro, cancelou várias exibições esta semana por causa de casos de Covid-19, incluindo “Hamilton”, “Tina” e “Mrs. Doubtfire”.

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