África do Sul tem queda de internações em onda da ômicron

Apenas 1,7% dos casos resultaram em internações na segunda semana da quarta onda, em comparação com 19% no mesmo período da variante delta

Autoridades de saúde apresentaram evidências de que a ômicron pode ser mais branda
Por Antony Sguazzin
17 de Dezembro, 2021 | 08:39 AM

Bloomberg — A África do Sul trouxe algumas notícias positivas sobre a variante ômicron na sexta-feira, com uma taxa muito menor de internações e sinais de que a onda de Covid-19 no país pode estar próxima do pico.

Apenas 1,7% dos casos de Covid identificados resultaram em internações na segunda semana da quarta onda, em comparação com 19% no mesmo período da terceira onda provocada pela cepa delta, disse o ministro da Saúde da África do Sul, Joe Phaahla, em coletiva de imprensa.

Autoridades de saúde apresentaram evidências de que a ômicron pode ser mais branda, e que o número de casos já pode estar perto do pico na província de Gauteng, a mais populosa do país.

Ainda assim, os novos casos na segunda semana da onda atual ficaram acima de 20 mil por dia, em comparação com 4,4 mil no mesmo período da terceira onda. É mais uma evidência da rápida transmissibilidade da ômicron observada em vários países, como no Reino Unido.

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A situação na África do Sul, que anunciou a identificação da variante em 25 de novembro, é vista como um prenúncio do comportamento da ômicron em outros países.

Mas cientistas alertam que outras nações podem ter uma experiência diferente da enfrentada pela África do Sul, pois sua população é jovem em comparação com países desenvolvidos. De acordo com pesquisas de anticorpos, entre 70% e 80% dos cidadãos também podem ter se infectado anteriormente com a Covid-19, o que proporcionaria certo nível de proteção.

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Cerca de 7,6 mil pessoas estão atualmente internadas com Covid-19 em hospitais sul-africanos, cerca de 40% do número visto no pico da segunda e terceira ondas. O excesso de mortes, um indicador do total de óbitos em relação à média histórica, está pouco abaixo de 2 mil por semana, ou cerca de 0,12% do pico anterior.

“Realmente vemos aumentos muito pequenos no número de mortes”, disse Michelle Groome, chefe de vigilância sanitária do Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis (NICD, na sigla em inglês) da África do Sul.

O número de hospitalizações por Covid-19 na atual onda também é inflado pelo fato de que pacientes com casos mais leves estão sendo internados, já que há espaço para acomodá-los. Muitos vão ao hospital por outros problemas de saúde, mas são rotineiramente testados para o patógeno, de acordo com autoridades de saúde.

“Vimos uma diminuição na proporção de pessoas que precisam de oxigênio. Está em níveis muito baixos”, disse Waasila Jassat, pesquisadora do NICD. Segundo ela, pela primeira vez, há mais pacientes com casos leves do que graves no hospital.

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