Barcelona, Espanha — A inflação dividirá com a variante ômicron o protagonismo na jornada de hoje do mercado financeiro. As atenções estarão voltadas à divulgação do índice de preços ao consumidor (IPC) dos Estados Unidos. Brasil e Alemanha também apresentam hoje o comportamento de seus preços ao consumidor final.
O dado será chave para que os operadores presumam qual será o ritmo do Federal Reserve (Fed) na redução de seu programa de estímulos monetários e até mesmo se levará em conta uma alta dos juros. Os analistas esperam uma inflação de quase 7% nos EUA, o que representaria o ritmo anual mais acelerado desde 1982. O núcleo previsto para a inflação deveria situar-se em 5,1%, segundo projeções de economistas, traduzindo-se no nível mais alto desde 1990.
Há pouco, as bolsas europeias apresentavam queda, com os investidores colocando na balança o peso sobre a atividade econômica das novas restrições de mobilidade para a contenção do vírus. Em baixa pelo terceiro dia consecutivo, as ações de tecnologia puxavam para baixo o índice europeu Stoxx 600, embora o recuo tenha diminuído desde a abertura dos negócios. Em Nova York, os contratos futuros de índices em Nova York trilhavam rumo contrário com ligeira valorização.
O dólar se apreciava em reação ao informe sobre pedidos de seguro desemprego divulgado ontem nos EUA. A busca pelo benefício caiu ao nível mais baixo desde 1969, embora parte desta queda seja explicada por questões sazonais. Os prêmios dos títulos do Tesouro norte-americano e o petróleo também subiam.
- Os pedidos iniciais de seguro-desemprego totalizaram 184 mil na semana que se encerrou em 4 de dezembro, uma queda de 43 mil em relação ao período anterior, segundo dados do Departamento do Trabalho, divulgados ontem. A estimativa média em uma pesquisa da Bloomberg com economistas previa 220 mil.
Leia também o Breakfast, uma newsletter da Bloomberg Línea: Nova variante, novas regras para entrar no Brasil
Inflação galopante x ômicron
A divulgação do IPC ganha ainda mais importância porque na próxima quarta-feira (15) o banco central norte-americano se reúne para decidir os próximos passos na política monetária do país. No dia seguinte arbitram sobre suas taxas de juros o Banco Central Europeu (BCE), o Bank of England (BoE) e o Bank of Japan (BoJ).
🏦 Na semana passada, o presidente do Fed, Jerome Powell, surpreendeu o mercado a mudar radicalmente o seu discurso. Ele não só deixou de lado o adjetivo “transitório” para se referir à escalada dos preços, como também enunciou que a inflação elevada pode justificar o fim das compras de ativos do banco central antes do planejado no próximo ano.
🦠 Porém, o panorama econômico voltou a ficar nebuloso com a chegada da variante ômicron do coronavírus. As restrições à mobilidade impostas por vários países para conter o contágio geram dúvidas de como reagirão as economias, que começavam a se recuperar do golpe da pandemia.
Na agenda
No Brasil:
- IPCA
No exterior:
- IPC (novembro) dos EUA
- IPC final (novembro) da Alemanha
- Produção industrial (outubro) da Itália
- Produção industrial e balança comercial (outubro) do Reino Unido
Leia também:
Adeptos a criptomoedas estão fazendo as perguntas erradas
Governo Biden tenta minimizar prováveis números estelares de inflação
Divergências marcam projeções de Wall Street para 2022
-- Com informações de Bloomberg News