Ibovespa segue em alta com otimismo por Precatórios e vacinas

Índice dá continuidade ao movimento da véspera seguindo o alívio com a aprovação da PEC no Senado e com menos cautela no exterior

Perto das 10h45, o Ibovespa subia 1,42%, a 105.945 pontos
03 de Dezembro, 2021 | 11:04 AM

Bloomberg — O índice Ibovespa acelerava nesta sexta-feira (3), com os investidores apostando no otimismo do exterior, com notícias mais favoráveis sobre a eficácia das vacinas, e na diminuição da incerteza local agora que a PEC dos Precatórios foi aprovada pelo Senado.

  • Perto das 10h45, o Ibovespa subia 1,42%, a 105.945 pontos
  • O dólar futuro caía 0,48%, a R$ 5,6193

O Senado aprovou ontem a PEC do Precatórios, que viabiliza o pagamento do Auxílio Brasil, em uma votação folgada: 64 votos a 13 (primeiro turno) e 61 a 10 (segundo turno). É o fim de uma novela que se estendia desde julho, quando o ministro Paulo Guedes (Economia) chamou de “meteoro” a provisão de R$ 89 bilhões em precatórios na Lei de Diretrizes Orçamentárias (no ano anterior, foram R$ 55 bilhões).

Para Rachel de Sá, Chefe de economia da Rico, em comentário, o avanço da PEC é visto como positivo, “uma vez que traz maior previsibilidade mesmo em um cenário fiscal já deteriorado”.

A PEC permitirá o parcelamento de alguns precatórios e mudou o método de cálculo do Teto Fiscal, permitindo um espaço orçamentário de cerca de R$ 100 bilhões para o governo Jair Bolsonaro no ano eleitoral. Metade deste valor será usado para o Auxílio Brasil, que pagará R$ 400 mensais a 17 milhões de famílias no país – o programa substitui o Bolsa Família (ticket médio de R$ 191/mês por família).

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Sobe e desce de ações

Com a queda do dólar, as ações dos frigoríficos, atrelados à exportação, tinham as maiores quedas desta sexta, junto com papéis do setor de mineração e siderurgia, como a Usiminas (USIM5).

O minério de ferro diminuiu a valorização semanal sob o peso de restrições à produção em um importante polo siderúrgico da China, o que voltou a lançar dúvidas sobre a demanda das usinas.

  • Já na ponta de alta, Meliuz, (CASH3), EZTec (EZTC3), Cyrela (CYRE3), Localiza (RENT3) e Iguatemi (IGTI3) tinham as maiores altas

Cenário internacional

Enquanto isso, lá fora, o dólar reage à desaceleração do crescimento do emprego nos EUA em novembro, que apresentou a menor expansão este ano.

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As vagas no chamado Relatório Payroll não-agrícola aumentaram em 210 mil no mês passado, depois de um ganho revisado para cima de 546 mil em outubro, divulgou o Departamento do Trabalho nesta sexta-feira.

  • A taxa de desemprego caiu para 4,2%, enquanto a taxa de participação da força de trabalho subiu para 61,8%.
  • Mesmo desacelerando, a contínua recuperação do mercado de trabalho ajuda a impulsionar as bolsas, com os índices Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq subindo perto de 1% na esteira do otimismo com o crescimento do país
  • Os índices subiam 1,84%, 1,42% e 0,83%, respectivamente

Esta semana, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que vinha tratando a escalada dos preços como algo “transitório”, riscou esta palavra de seu vocabulário e agora parece colocar a inflação no centro das prioridades do Fed.

Embora ainda não se saiba o quão radical seria o giro da política monetária, a mudança de tom difere do que vinha sendo transmitido nos últimos anos. Investidores agora se encontram à mercê de relatórios econômicos e de indicações de como a economia reagirá ao quadro de inflação crescente e restrições impostas pela última variante do coronavírus.

Otimismo com vacinas

Os mercados internacionais também relaxam parte da cautela que acometeu as negociações na última semana com notícias positivas em relação à imunização contra a Covid-19 e à variante ômicron.

Um estudo no Reino Unido que testou sete vacinas da Covid-19 diferentes como doses de reforço revelou que a maioria delas teve sucesso em aumentar os anticorpos dos pacientes, com as injeções da Moderna e da Pfizer/BioNTech com o melhor desempenho.

Os resultados, publicados na quinta-feira (2), testaram as vacinas em mais de 2.800 voluntários com 30 anos ou mais que já haviam recebido duas doses de AstraZeneca ou Pfizer. Todas as sete vacinas aumentaram a imunidade após a vacina da AstraZeneca, em comparação com um placebo, enquanto seis aumentaram os níveis de anticorpos após a Pfizer, descobriu o estudo.

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Ana Siedschlag

Editora na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero e especializada em finanças e investimentos. Passou pelas redações da Forbes Brasil, Bloomberg Brasil e Investing.com.