PM sueca deixa cargo horas após nomeação

Não foi dessa vez: ex-ministra das Finanças perdeu um parceiro e deve passar por nova votação

Renúncia ocorreu menos de oito horas após sua nomeação
Por Niclas Rolander
25 de Novembro, 2021 | 10:23 AM

Bloomberg — A inédita primeira-ministra da Suécia, Magdalena Andersson, teve o pior início de governo possível ao ser obrigada a renunciar horas após sua nomeação.

A renúncia ocorreu após um parceiro do partido social democrata de Andersson deixar o governo devido à derrota na votação do orçamento do próximo ano. A ex-ministra de Finanças de 54 anos, que teve de deixar o cargo para concorrer novamente, afirmou que ainda está pronta para liderar o gabinete de apenas um partido e passará por uma nova votação na segunda-feira (29).

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A turbulência mais recente mostra como a ascensão dos democratas suecos anti-imigrantes dificultou demasiadamente a formação de coalizões viáveis. O cenário político do país, polarizado entre um bloco de centro-direita relativamente unificado e outro de partidos de esquerda liderado pelos social-democratas, foi usurpado pelos nacionalistas, cuja popularidade é alimentada pelo agravamento do crime com armas de fogo e tensões sobre a imigração.

“Eu entendo que isso pode parecer muito confuso, e o que aconteceu foi muito específico”, disse Andersson ao anunciar sua renúncia menos de oito horas após ser nomeada. “Apesar de as posições parlamentares parecerem inalteradas, o assunto deve ser julgado novamente. Não quero liderar um governo cuja legitimidade possa ser questionada”.

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Neste ano, o governo entrou em um breve colapso por causa da oposição a um plano para aliviar os controles de aluguel de novos apartamentos. O antecessor de Andersson, Stefan Lofven, entregou o cargo em junho antes de ser reintegrado e, em seguida, surpreendeu ao anunciar sua renúncia em agosto. O ex-líder sindical, que conseguiu forjar alianças impossíveis, apostou na cooperação com a centro-direita para manter os democratas suecos fora do poder.

Agora, com a eleição em menos de 10 meses, a crescente instabilidade política pode ajudar os nacionalistas a finalmente ter uma chance de chegar ao poder. Ainda assim, as pesquisas de opinião atuais não indicam um vencedor claro.

Nenhum dos blocos compõem maioria dos assentos do parlamento sueco

O parceiro do Partido Social Democrata, o Partido Verde, afirmou que, embora não faça mais parte do gabinete de Andersson, também não impedirá sua nomeação. Isso significa que Andersson provavelmente vencerá novamente, mesmo que continue sendo incrivelmente difícil governar com as eleições marcadas para setembro.

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Um partido de centro-direita que costumava apoiar o governo se recusou a corroborar o orçamento de Andersson em uma votação parlamentar no início da quarta-feira (24), favorecendo uma proposta de partidos conservadores.

A emenda significa que algumas das principais reformas do governo, como uma semana extra de folga para as famílias, serão rejeitadas em favor de mais gastos no sistema judiciário e um corte de impostos sobre a gasolina.

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