Fintech mexicana Stori levanta US$ 200 mi em mega rodada

A empresa, que oferece um cartão de crédito vinculado a um aplicativo, tem sede no México, mas pretende se expandir para toda a região

A Stori oferece cartões de crédito com limite a partir de US$ 50 por mês, facilitando para que aqueles que não tenham crédito possam estabelecê-lo
Por Marcella McCarthy (Brasil)
11 de Novembro, 2021 | 12:26 PM

Miami — A Stori Card, fintech mexicana que visa fornecer cartões de crédito para as massas, anunciou hoje (11) a conclusão de uma rodada de investimentos da série C de US$ 200 milhões. O financiamento foi dividido em US$ 125 milhões em equity e US$ 75 milhões em financiamento de dívidas, elevando seu financiamento total até o momento para mais de US$ 250 milhões.

O México está atrasado em relação a outros países na América Latina no que diz respeito ao acesso ao crédito. Na verdade, o país está atrás de mercados emergentes, como o Quênia e a Índia, segundo a The Economist.

Essa é a oportunidade em que Bin Chen e Marlene Garayzar, cofundadores da Stori, estão apostando. “Mais de 90% dos mexicanos não têm acesso ao crédito”, disse Chen à Bloomberg Línea.

Co-fundadores da Stori, Marlene Garayzar e Bin Chen.dfd

A Stori oferece um cartão de crédito com limite de crédito a partir de US$ 50 por mês e desenvolveu seu próprio método de subscrição para poder avaliar os clientes que ainda não têm crédito. Se isso parece semelhante à Nu México – operação mexicana do Nubank – é porque é mesmo, embora Chen diga que a Stori busca uma base de clientes ainda menos estabelecida financeiramente que a Nu México.

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“Somos semelhantes no sentido de que é um cartão de crédito atrelado a um aplicativo”, disse Chen, “mas a maioria de nossos clientes nunca teve um cartão de crédito em toda a vida”.

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O México representa 28% do mercado de comércio eletrônico na América Latina, atrás apenas do Brasil, segundo relatório de setembro de 2021 da empresa de dados Statista. O relatório também afirma que a América Latina, embora continue adotando lentamente o comércio eletrônico, possui 300 milhões de consumidores digitais, e esse número deve chegar a 360 milhões até 2025. Mas como sabemos, para realmente colher as economias e a conveniência das compras on-line, precisamos ter um cartão de crédito, que também é necessário para outros usos, como compartilhamento de viagens e Netflix.

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“Nos Estados Unidos, o bureau de crédito atende 80% da população, mas quando olhamos os mercados emergentes, a maioria dos consumidores não tem dados de crédito sólidos no bureau, o que se torna uma bola de neve”, disse Chen.

Antes de fundar a Stori, Chen, que é originário da China, viveu nos EUA durante anos e trabalhou no Boston Consulting Group (BCG), Capital One e Mastercard. Por meio de seu trabalho, ele se familiarizou com a Alipay, o braço de serviços financeiros do Alibaba. Quando decidiu trilhar o próprio caminho, descobriu que a maioria dos mexicanos não tinha acesso a crédito e que, portanto, seria o mercado perfeito – apesar de não falar espanhol. Hoje, Chen divide seu tempo entre os escritórios da empresa em Washington e no México.

“A natureza da oportunidade é tão grande e é difícil perceber o potencial, e a América Latina estava atrasada em avanços tecnológicos e startups até poucos anos atrás”, disse ele.

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A Stori foi fundada em 2018 e lançou seu produto de cartão de crédito em janeiro de 2020. “Nos últimos oito meses, dobramos nossos pedidos [de cartão de crédito] de 1 milhão para 2 milhões”, afirmou Chen. Embora a empresa não quis fornecer dados específicos de receita, ela disse que sua receita cresceu 20 vezes em comparação com o mesmo período do ano passado.

Apesar de operar apenas no México, Chen declarou ter a intenção de expandir o negócio para toda a América Latina. A Stori planeja utilizar o dinheiro da rodada para ampliar sua base de clientes; Chen afirmou que planeja fazê-lo ao ampliar a equipe e oferecer outros produtos e serviços.

A Stori atualmente tem cerca de 100 funcionários profissionais, além de 200 pessoas em seu call center.

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Como a maioria dos cartões de crédito, a empresa ganha dinheiro cobrando juros sobre crédito rotativo e ganhando receita de intercâmbio e taxas de abertura de conta.

O aporte foi liderado por GGV Capital e GIC, com a participação da General Catalyst, Goodwater Capital, Tresalia Capital, com sede no México, Lightspeed Venture Partners, Vision Plus, BAI Capital e Source Code Capital. O financiamento de dívidas foi feito pela Community Investment Management.

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Marcella McCarthy

Marcella McCarthy (Brasil)

Jornalista americana/brasileira especializada em tech e startups com mestrado em jornalismo pela Medill School na Northwestern University. Cobriu America Latina, Healthtech e Miami para o TechCrunch e foi fundadora e CEO de um startup Americano na área de EdTech. Baseada em Miami.