Depois de recordes, bolsas zeram os contadores e aguardam inflação dos EUA

Bolsas europeias oscilam do positivo ao negativo e queda predomina nos negócios com futuros de índices em NY

As variáveis que orientarão os mercados internacionais
10 de Novembro, 2021 | 08:12 AM

Barcelona, Espanha — Todas as atenções estarão voltadas à inflação ao consumidor dos Estados Unidos, que deve evidenciar algo do impacto dos gargalos nas cadeias de abastecimento e o aumento dos preços de energia.

A estimativa geral é de que alcance 5,9% em outubro, contra 5,4% na medição anterior. Ainda que um número maior de analistas tenha aceito o argumento corrente dos bancos centrais, de que o repique inflacionário é pontual e transitório, um indicador mais elevado pode reacender o sinal de alerta. A Alemanha também divulga seu IPC de outubro.

As bolsas europeias abriram em queda e logo passaram o oscilar sem rumo definido. Os futuros de índices em Nova York também trilhavam um caminho errático, predominando o vermelho.

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Assim se comportavam os principais mercados esta manhãdfd

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A inflação bate à porta

Na Ásia, nesta madrugada a China publicou o seu Índice de Preços ao Produtor referente a outubro, cuja taxa de expansão interanual se situou em 13,5%, o mais elevado nível desde 1995 e acima do consenso de 12,3% dos economistas. As cifras anuais do IPC chinês, por sua vez, subiram no maior ritmo anual em 13 meses, para 1,5%, frente a um consenso de +1,4% e a uma taxa de +0,7% no mês anterior.

Os preços ao produtor na China têm subido rapidamente nos últimos meses, primeiro devido ao aumento global dos preços das commodities e também pelas restrições de produção provocadas por uma crise de energia. A inflação do consumidor também está começando a aumentar à medida que os problemas de fornecimento relacionados com o clima elevam os preços dos alimentos e os fabricantes repassam custos mais altos aos varejistas.

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De olho no petróleo

O petróleo retomou ontem sua trajetória de alta, reagindo à notícia de que os Estados Unidos optaram por não liberar de forma imediata barris de petróleo cru de sua reserva estratégica. Além disso, um relatório da indústria mostrou um declínio nos estoques dos EUA, levando o mercado financeiros a garantir suas compras. Ontem, o barril tipo WTI fechou com 2,7% de alta e o Brent subiu 1,62%. Há instantes, os futuros de petróleo devolviam parte dos ganhos.

Zerando os contadores

Ontem, depois de uma inércia de alta que parecia imparável e de sucessivos recordes de pontuação, os mercados de renda variável na Europa e nos EUA finalmente decidiram pisar no freio. Em NY, os principais índices fecharam em queda: S&P 500 (-0,35%), Dow (-0,31%) e Nasdaq (-0,60%). O europeu Stoxx 600 terminou com 0,19% de baixa.

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No radar

No Brasil:

  • IPCA (9h de Brasília) e Fluxo Cambial Estrangeiro (14h30)

No exterior:

  • China PPI
  • Estoques do atacado nos EUA (12h), IPC de outubro, pedidos iniciais de desemprego (10h30)
  • China IPC e IPP de outubro
  • IPP de outubro no Japão
  • O Comitê Central do Partido Comunista da China dá sequência a reunião que se estende até amanhã
  • Balanços do dia: Disney, Allianz, Adidas, Credit Agricole, EDF
  • O mercado de títulos da dívida dos EUA fecha amanhã pelo Dia dos Veteranos

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-- Com informações de Bloomberg News

Michelly Teixeira

Jornalista com mais de 20 anos como editora e repórter. Em seus 13 anos de Espanha, trabalhou na Radio Nacional de España/RNE e colaborou com a agência REDD Intelligence. No Brasil, passou pelas redações do Valor, Agência Estado e Gazeta Mercantil. Tem um MBA em Finanças, é pós-graduada em Marketing e fez um mestrado em Digital Business na ESADE.