Doji levanta US$ 3 milhões para revolucionar venda de celulares usados

Startup promete facilitar processo de venda de telefones usados, geralmente oneroso ou com preço não atraente

Celulares usados normalmente ficam guardados, mas se pudessem ser revendidos, muito capital poderia circular no mundo
Por Marcella McCarthy (Brasil)
08 de Novembro, 2021 | 10:00 AM

Miami — Quando um novo modelo de telefone é lançado e as pessoas correm para as lojas, normalmente enchem suas gavetas com telefones usados em perfeitas condições. A Doji, marketplace on-line com sede no Reino Unido, mas fundada por um brasileiro, está tentando mudar o cenário, oferecendo uma plataforma com um modelo de precificação do tipo bolsa de valores que comoditiza os telefones, tornando o processo de revenda mais fácil.

“Mais de 80% das pessoas no mundo não vendem seus produtos eletrônicos usados. No Reino Unido, há US$ 16 bilhões em eletrônicos [usados] guardados nas gavetas das pessoas”, disse Fernando Montera Filho, cofundador e CEO da empresa.

Hoje, a empresa está anunciando o encerramento de uma rodada de sementes de US$ 3 milhões liderada pela Canary, do Brasil, com participação da Norte Ventures, 1289 Capital e outras.

Montera Filho afirmou ter descoberto que as pessoas não vendem seus telefones usados por dois motivos principais:

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  1. Quando encontram um processo que acreditam ser conveniente, os preços são muito baixos;
  2. Quando encontram um site que oferece um bom preço, o processo é muito complicado.

“Com o eBay, por exemplo, um usuário leva duas semanas para vender seu telefone”, disse ele, comentando sobre o processo de vendas oneroso do eBay que requer pesquisa de preço, várias fotos e descrições extensas.

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Fernando Montera Filho, cofundador e CEO da Doji

Para ser claro, o que a Doji propõe é que, por exemplo, todos os iPhone 10 em determinadas condições (a Doji oferece algumas condições para escolha) sejam vendidos pelo mesmo preço, o que significa que os usuários não precisam fazer descrições extensas nem enviar várias fotos. Como o consumidor está comprando um iPhone 10 em uma determinada condição – não necessariamente o que consta no anúncio – um vendedor da Coreia poderia vender um telefone e um comprador no Reino Unido poderia recebê-lo no dia seguinte, porque o produto seria enviado de um depósito no Reino Unido em vez da Coreia.

“Estamos começando no Reino Unido, mas a ideia é tornar o serviço global, afirmou Montera Filho.

Obviamente, a Doji ainda não chegou lá, pois está apenas no Reino Unido, mas essa é a grande ideia em que os investidores estão apostando. Na verdade, a ideia é ainda mais ambiciosa: a Doji acredita que pode usar esse modelo de marketplace para vender todos os tipos de eletrônicos, bem como outros produtos que podem ser comoditizados, como óculos de sol. E, assim como no eBay, a ideia é que as pessoas comprem e vendam.

“Para cada usuário, tentamos obter duas transações: uma compra e uma venda”, afirmou Montera Filho.

Até o momento, a empresa ainda é bem pequena – encerrou sua fase beta há apenas algumas semanas. No momento da entrevista, a empresa tinha mil usuários registrados e 100 transações. Contudo, essa não é uma equipe pequena.

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A empresa possui 25 funcionários (incluindo os cofundadores) no Reino Unido, no Brasil e na Índia. Anteriormente, a Doji levantou US$ 800 mil em uma rodada pré-seed, o que leva o total arrecadado até o momento a US$ 3,8 milhões.

Você tem alguma notícia sobre financiamento? Entre em contato: funding@bloomberglinea.com


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Marcella McCarthy

Marcella McCarthy (Brasil)

Jornalista americana/brasileira especializada em tech e startups com mestrado em jornalismo pela Medill School na Northwestern University. Cobriu America Latina, Healthtech e Miami para o TechCrunch e foi fundadora e CEO de um startup Americano na área de EdTech. Baseada em Miami.