França busca congelar negociações comerciais da UE até eleições

Acordos com Nova Zelândia e Chile estão entre as negociações que o governo francês pretende paralisar, disseram fontes à Bloomberg

Governo de Paris já pediu o adiamento das negociações com a Austrália depois de perder uma grande encomenda de submarinos para os Estados Unidos e o Reino Unido
Por Alberto Nardelli e Ania Nussbaum
28 de Outubro, 2021 | 03:06 PM

Bloomberg — A França quer impedir que a União Europeia conduza negociações de acordos comerciais pendentes antes das eleições presidenciais em abril, quando Emmanuel Macron enfrenta um campo com muitos candidatos.

O governo de Paris conversa atualmente com a Comissão Europeia, braço executivo da UE que desempenha um papel central nas negociações comerciais, segundo pessoas a par do assunto. Um diplomata da França confirmou que o país irá se opor a negociações comerciais.

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Acordos com Nova Zelândia e Chile estão entre as negociações que o governo francês pretende paralisar, disse uma das pessoas, que pediu para não ser identificada.

Os acordos de livre comércio podem ser polêmicos na França. No passado, foram usados como armas em campanhas eleitorais. Macron lidera a corrida para o primeiro turno das eleições em abril e deve enfrentar um candidato de extrema direita em um segundo turno.

Um porta-voz da Comissão não retornou um pedido de comentário.

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Acordos congelados

As negociações comerciais na UE são conduzidas pela Comissão e nenhum governo tem poder de bloquear as conversas uma vez que tenham começado. Assim que um acordo é alcançado, os governos nacionais precisam aprovar o pacto para que entre em vigor.

A UE negocia atualmente um acordo comercial com a Nova Zelândia e trabalha na atualização de itens do seu pacto com o Chile.

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As discussões com o Chile são particularmente delicadas. Quando Macron e o presidente chileno, Sebastián Piñera, se reuniram em Paris no mês passado, os dois líderes divulgaram comunicado dizendo que conversaram sobre “como acelerar o novo acordo de associação entre a França, a UE e o Chile que está prestes a ser alcançado”.

O governo de Paris já pediu o adiamento das negociações com a Austrália depois de perder uma grande encomenda de submarinos para os Estados Unidos e o Reino Unido.

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