Boris Johnson espera cúpula climática ‘extremamente difícil’

Primeiro-ministro britânico pede aos países que reforcem as promessas de redução das emissões

Primeiro-ministro Boris Johnson analisa perspectiva sobre cúpula do clima
Por Emily Ashton
19 de Outubro, 2021 | 10:39 PM

Bloomberg — O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, disse que as negociações climáticas globais sediadas pelo país no final do mês serão “extremamente difíceis”, em um último apelo aos líderes mundiais para que tomem medidas concretas para proteger o planeta.

Os participantes da COP26 devem “manter viva” a perspectiva de limitar o aquecimento global a 1,5 grau Celsius em relação à era pré-industrial”, disse o premiê britânico em entrevista na segunda-feira à Bloomberg. Ele pediu aos países que reforcem as promessas de redução das emissões.

“A COP sempre foi extremamente difícil”, disse Johnson quando perguntado sobre seus objetivos para as negociações. “Precisamos ver alguma ação real dos participantes”, disse, exortando os países a fazerem promessas ambiciosas.

Johnson pretende aproveitar a cúpula entre 31 de outubro a 12 de novembro em Glasgow, Escócia, para mostrar a liderança do Reino Unido no combate à mudança climática enquanto busca um novo papel pós-Brexit para o país. Mas a pandemia de coronavírus em curso e os preços crescentes da energia ameaçam ofuscar o sucesso das negociações.

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Embora o Reino Unido espere receber cerca de 120 líderes mundiais em Glasgow, pode se deparar com algumas ausências importantes. O presidente da China, Xi Jinping, cujo país é o maior emissor de gases do efeito estufa, não deve comparecer; nem Jair Bolsonaro. Narendra Modi, primeiro-ministro da Índia - o terceiro maior emissor do mundo e um obstáculo nos esforços recentes para negociar acordos - ainda não confirmou presença.

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Johnson não se importaria com a probabilidade de Xi não participar pessoalmente da cúpula e disse apenas que espera uma “boa participação, apesar da pandemia”.

Mas, a apenas duas semanas do início das negociações, cresce o sentimento de frustração, tanto entre aqueles que querem um acordo ambicioso para reduzir as emissões quanto entre os que defendem ir mais devagar.

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Há um ano, havia esperanças de que a pandemia aceleraria a transição para uma energia mais limpa. Agora, países batalham para manter as luzes acesas em meio ao salto dos preços do gás, deixando em evidência o risco de desistir dos combustíveis fósseis antes que as alternativas estejam prontas para compensar. A China enfrenta uma grave crise de energia e respondeu com a ordem para que usinas extraiam o máximo de carvão possível.

Autoridades de dois países do G20 disseram nos bastidores nos últimos dias que as negociações enfrentam obstáculos, com a percepção de que alguns membros do G7 estão tentando impor decisões a outros países, em vez de buscar consenso. Isso aumenta a relutância em fazer concessões, de acordo com uma fonte. Ao mesmo tempo, algumas autoridades dizem que ainda veem uma janela e boa vontade suficiente para fechar um acordo.

Metas

O Reino Unido definiu as metas da cúpula deste ano como “carvão, carros, dinheiro e árvores”.

“Queremos que o mundo deixe o carvão até 2040 -- 2030 para as nações desenvolvidas; queremos ter certeza de que todos parem de usar carros com motor de combustão interna movidos a hidrocarbonetos”, disse Johnson.

O primeiro-ministro britânico também disse que o Reino Unido quer ver nações ricas mobilizarem US$ 100 bilhões por ano “para países que não foram emissores históricos para reduzir o carbono” e também destacou o objetivo de plantar “milhões e milhões de árvores para a fixação do carbono e restaurar o equilíbrio da natureza”.

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