Petróleo toca os US$ 80 enquanto crise global de energia ameaça abastecimento

Contratos futuros tiveram alta de até 2,3%, em Nova York, nesta sexta (8), e estão prestes a somar um sétimo ganho semanal consecutivo

Contratos futuros de petróleo dos EUA estão se mantendo no nível mais alto desde 2014, depois que a OPEP+ deu continuidade aos planos de aumentar gradualmente a oferta no próximo mês
Por Julia Fanzeres
08 de Outubro, 2021 | 01:30 PM

Bloomberg — Os contratos futuros de petróleo bruto chegaram a US$ 80 o barril, pela primeira vez desde novembro de 2014, com o aumento da demanda impulsionado pela crise global de energia, em um momento em que os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (OPEP+) estão segurando a oferta.

O contratos chegaram a subir 2,3%, em Nova York, nesta sexta-feira (8) e estão prestes a somar um sétimo ganho semanal consecutivo, o período mais longo de aumentos sucessivos desde dezembro. Esta semana trouxe muitos indícios de que o fornecimento permanecerá restrito: a Saudi Aramco disse que a crise do gás natural já estava aumentando a demanda por petróleo, e o Departamento de Energia dos Estados Unidos informou que não tinha planos “neste momento” de recorrer às reservas de petróleo do país.

A Arábia Saudita e seus parceiros optaram por aumentar gradualmente a produção em novembro. Muitos analistas esperavam que a OPEP+ apresentasse um aumento maior, já que a alta nos preços do gás natural tem grande chance de provocar um novo aumento na demanda por petróleo neste inverno.

Enquanto isso, o dólar enfraqueceu, reforçando também o apelo das commodities precificadas na moeda.

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Os contratos futuros de petróleo dos EUA estão se mantendo no nível mais alto desde 2014, depois que a OPEP+ deu continuidade aos planos de aumentar gradualmente a oferta no próximo mês, apesar do mercado estar cada vez mais pressionado, em parte devido à crise de energia. A recuperação econômica no pós-pandemia combinada com uma interrupção do fornecimento no Golfo do México após o furacão Ida, já havia afetado o mercado antes que o aumento dos preços do gás natural estimulasse a demanda adicional por produtos de petróleo, como diesel e óleo combustível.

Preços

  • O petróleo WTI para entrega em novembro subiu US$ 1,71 para US$ 80,01 o barril em Nova York
  • O Brent para liquidação em dezembro subiu US$ 1,37 para US$ 83,32 o barril

Enquanto isso, a China ainda enfrenta cortes de energia, e Pequim ordenou que suas empresas estatais garantam o fornecimento de energia para o inverno a todo custo. Os futuros do óleo combustível chinês saltaram quase 10% na sexta-feira (8), com a retomada dos mercados locais, após um feriado nacional de uma semana.

Veja mais: Crise de energia na China já tem impacto global

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Outras notícias do setor

  • As refinarias indianas estão elevando as taxas de operação para a capacidade total, graças à retomada do consumo doméstico e à crise de energia, que juntas estimulam a demanda por diesel. A maioria das estatais planeja operar suas refinarias com capacidade quase total este mês, segundo fontes.
  • A substituição de gás por petróleo, impulsionada pelos altos preços do gás natural na Europa e na Ásia, está forçando a demanda por destilados médios, com estoques diminuindo em três dos cinco principais polos fornecedores, de acordo com a FGE.
  • As vendas de combustível no Reino Unido mais que dobraram em comparação aos níveis normais no pico do pânico de compras, que gerou uma crise nacional de combustível no final do mês passado.

--Com a colaboração de Sharon Cho, Alex Longley e Jack Wittels.

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