Commodities retomam rali e pressionam bancos centrais

Movimento é marcado por ralis do alumínio ao aço e preços do gás e da energia em novas máximas na Europa

Futuros do minério de ferro em Singapura acumulam baixa de cerca de 45% em relação ao pico registrado em maio
Por Nicholas Larkin e James Herron
13 de Setembro, 2021 | 02:15 PM

Bloomberg — Depois de uma pausa em meados do ano, commodities usadas em setores essenciais como construção, manufatura e energia voltam a subir.

O movimento é marcado por ralis do alumínio ao aço e preços do gás e da energia em novas máximas na Europa, enquanto um indicador dos preços de commodities à vista está prestes a superar o recorde de uma década atingido em julho. Esse cenário ameaça uma inflação mais rápida, aumentando os preços ao consumidor e pressionando bancos centrais a limitarem medidas de estímulo por trás de grande parte do avanço das matérias-primas.

A crescente demanda resultante da recuperação econômica foi acompanhada por problemas de oferta, desde o plano de corte de emissões da China, que busca reduzir a produção de metais, às escassas reservas de gás na Europa. Ao mesmo tempo, o custo para transportar esses bens tem aumentado. Com a escassez nos mercados físicos, o Goldman Sachs vê os preços subindo ainda mais no próximo ano.

Veja mais: Alumínio sobe para maior nível em 13 anos com riscos de oferta

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“A demanda de bens físicos atingiu níveis tão altos - acima das tendências pré-pandemia em tudo, exceto no petróleo - que o sistema se torna cada vez mais limitado na capacidade de fornecer esses bens”, disseram analistas do Goldman, como Jeff Currie em relatório na segunda-feira. “Os mercados estão cada vez mais expostos a qualquer tipo de corte do fornecimento ou aumento inesperado da demanda.”

Rali dos metais

Medidas de estímulo ao redor do mundo impulsionam a demanda por metais e mantêm o cobre em níveis recordes. No entanto, o cobre, considerado um termômetro da economia, recentemente sentiu o impacto das medidas da China para limitar a produção de metais e reduzir a poluição, enquanto um golpe na Guiné, principal fornecedor de bauxita, elevou o alumínio para a maior cotação em 13 anos, de US$ 3.000 a tonelada.

Preços da energia

Faltando cerca de um mês para o início da temporada de maior uso de aquecedores, os estoques de gás da Europa já estão nos níveis mais baixos em mais de uma década para esta época do ano, elevando o custo de geração de eletricidade. A região tem dificuldade para elevar a oferta devido aos fluxos limitados da Noruega para manutenção, enquanto o abastecimento da Rússia permanece restrito.

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Os contratos futuros do gás de referência na Europa mais do que triplicaram este ano para um recorde nos Países Baixos, e os preços da energia na Alemanha atingiram máximas históricas. Um rali no mercado de carbono também encareceu a geração de eletricidade.

Minério de ferro

Nem todas as commodities registram bom desempenho. Os futuros do minério de ferro em Singapura acumulam baixa de cerca de 45% em relação ao pico registrado em maio devido às restrições ao aço na China, o que encolheu a demanda. Na agricultura, os futuros dos grãos diminuíram os ganhos nos últimos meses em meio às melhores perspectivas de safra, mesmo com um indicador dos preços mundiais de alimentos perto do maior nível em uma década.

Veja mais: Minério indica outra baixa semanal com restrição ao aço na China

Os preços do petróleo também mostram relativa estabilidade este mês. Depois de subir 10% na última semana de agosto, quando o furacão Ida atravessou o Golfo do México, o barril se manteve perto de US$ 70 em Nova York durante a maior parte de setembro.

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