Ford adia retorno presencial para 2022 e estuda exigir vacina

“Não nos sentimos confortáveis em trazê-los de volta com base nos dados da Covid que vemos hoje”, disse Kiersten Robinson, chefe de recursos humanos da companhia

A Ford está instituindo uma política de reserva de locais de trabalho para quando reuniões ou outros trabalhos em grupo são necessários
Por Keith Naughton
25 de Agosto, 2021 | 06:58 PM

Bloomberg — Ford Motor adiou o retorno dos funcionários ao escritório pela segunda vez devido ao agravamento da disseminação da Covid-19, enquanto estuda tornar a vacinação obrigatória e expande o trabalho remoto para funcionários assalariados.

O retorno foi transferido de outubro para janeiro, disse a Ford nesta quarta-feira (25). Originalmente, a montadora planejou trazer funcionários de volta em julho em um “híbrido flexível”, sistema em que trabalhariam de casa e iriam aos escritórios apenas para reuniões e atividades em equipe. Depois de um aumento repentino da Covid, a Ford adiou isso para outubro, e agora com a variação delta se espalhando, a montadora diz “não antes de janeiro de 2022”.

“Não nos sentimos confortáveis em trazê-los de volta com base nos dados da Covid que vemos hoje”, disse Kiersten Robinson, chefe de recursos humanos da Ford, em entrevista.

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A persistência do vírus está forçando a Ford a avaliar as práticas de trabalho com frequência. Agora está estudando uma exigência de vacina além da instituída para trabalhadores que viajam internacionalmente, disse Robinson. Até o momento não há um cronograma para uma decisão, e qualquer ação que afete funcionários que recebem pagamento por horas trabalhadas exigiria discussões com o sindicato United Auto Workers.

“Estamos coletando feedback dos funcionários sobre por que eles seriam ou não vacinados”, disse Robinson.

Ford junta-se a Amazon.com, Apple e Facebook em planejar um retorno aos escritórios no próximo ano. E está contribuindo para essa decisão, permitindo que funcionários “não dependentes do local” trabalhem remotamente de qualquer lugar, desde que dentro do país em que foram contratados, por até 30 dias por ano.

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Isso significa que alguém pode passar um mês na Flórida no inverno ou em uma casa no lago Northern Michigan no verão “sem expectativa de trabalhar presencialmente em uma unidade da Ford”, disse a empresa sobre a nova política, que já é oferecida por algumas empresas de tecnologia.

Acentuando disparidades

Mas a nova política aumenta a diferença entre os trabalhadores do administrativo e de chão de fábrica, que são obrigados a trabalhar presencialmente e que neste mês tiveram que retomar o uso de máscaras nas fábricas. A ideia de funcionários logando com segurança em casa, enquanto outros, com salários menores, arriscam sua saúde para aparecer pessoalmente tem sido uma fonte adicional de ressentimento em uma economia americana já estratificada.

Em uma pesquisa no verão americano passado, 95% das equipes que não trabalham na produção global da Ford disseram que queriam manter uma mistura de trabalho remoto e presencial após a pandemia. A empresa sediada em Dearborn, Michigan, tem cerca de 182.000 funcionários, incluindo cerca de 18.000 assalariados americanos que atualmente trabalham em casa.

A Ford está replanejando seus escritórios para acomodar o modelo híbrido flexível, não atribuindo mais mesas específicas a indivíduos e, em vez disso, está instituindo uma política de reserva de locais de trabalho para quando reuniões ou outros trabalhos em grupo são necessários.

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