Aprovação do FDA deve aumentar vacinação de minorias nos EUA

Condição era exigida com maior frequência por negros e hispânicos, grupos que ainda têm taxas de imunização menores no país

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Bloomberg — Para muitas pessoas nos EUA que ainda se recusam a tomar a vacina contra a Covid-19, a aprovação final da vacina da Pfizer/BioNTech pelo órgão que regula alimentos e remédios (FDA) era o que faltava para eles se vacinarem. Essa condição é exigida com maior frequência por negros e hispânicos — dois grupos que ainda têm taxas de imunização menores no país.

A Kaiser Family Foundation atualizou uma pesquisa feita em junho e compartilhou com a Bloomberg News. O estudo identificou que, entre os não vacinados, 46% dos hispânicos e 41% dos negros afirmam que a aprovação do FDA os deixaria mais inclinados a tomar a vacina, comparado a 25% dos brancos entrevistados. Para a população geral, a pesquisa descobriu que 31% das pessoas não vacinadas afirmam que ficariam mais propensas a se vacinar após a aprovação total pelo órgão. Mais da metade dos negros, hispânicos e brancos não vacinados citou o fato de que “vacina é muito nova” como uma das principais razões para recusar a imunização.

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A aprovação “é a próxima e provavelmente a última grande oportunidade para refinar e comunicar claramente a mensagem de que as vacinas contra a Covid são seguras e eficazes”, disse Drew Altman, principal executivo da Kaiser Family Foundation, no início de agosto.

Oito meses após o início da campanha nacional de imunização, a hesitação persiste por uma série de razões, mas uma delas é que as vacinas até agora só tinham aprovação emergencial. Como a variante delta é especialmente perigosa para os não vacinados, as autoridades e agências de saúde pública estão reforçando pedidos para que as pessoas se vacinem. Houve um pequeno avanço da vacinação após a última onda da Covid nos EUA, especialmente entre negros e hispânicos nos estados mais atingidos. Especialistas acreditam que a notícia de segunda-feira aumentará a aceitação entre esses grupos.

A aprovação pelo FDA é “mais um fator a ser incluído no conjunto de ferramentas”, disse Liz Hamel, diretora de pesquisas da Kaiser Family Foundation.

Ainda assim, será preciso comunicar as informações de forma eficaz para alcançar essas pessoas, acrescentou ela. “Descobrir o formato da mensagem será muito importante para esses grupos”, disse Hamel. A desinformação vem atrapalhando a campanha de vacinação nos EUA. O governo do presidente Joe Biden acusa o Facebook e outras redes sociais de “matar pessoas” ao permitir que mentiras se espalhem. Na pesquisa de junho da Kaiser, mais da metade dos entrevistados não tinha certeza se as vacinas contra Covid-19 tinham aprovação do FDA.

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A Bronx Rising Initiative, que faz divulgação de vacinas em Nova York, não espera que a aprovação pelo FDA faça diferença imediata.

“Talvez as pessoas não mudem de ideia de uma hora para outra. Leva tempo”, disse Jason Autar, o diretor operacional da organização sem fins lucrativos. “Mas quando as pessoas começarem a conversar, isso pode ajudar a colocar a situação em perspectiva e dar clareza a elas.”

A notícia da FDA terá efeito indireto no aumento da vacinação entre a população latina devido à obrigatoriedade esperada de vacinação para frequentar locais de trabalho e escolas, disse Frankie Miranda, presidente da Hispanic Federation.

“É muito mais complexo do que a aprovação do FDA. Continuaremos fornecendo informação cultural e linguisticamente relevante para as pessoas da nossa comunidade”, disse Miranda. “Respostas padronizadas não vão funcionar.”

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