Bloomberg — O Senado dos EUA vota esta semana o projeto de infraestrutura de US$ 550 bilhões que proporcionaria a maior injeção de gastos federais em obras públicas das últimas décadas, um importante marco para a agenda econômica do presidente Joe Biden.
Senadores democratas e republicanos que negociaram o plano passaram o fim de semana discutindo detalhes de última hora e examinando o texto do projeto de 2.702 páginas antes de apresentá-lo ao Senado na noite de domingo. O líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, disse que o projeto deve ser aprovado “em questão de dias”.
“No final, o grupo bipartidário de senadores produziu um projeto de lei que dedicará recursos significativos para preparar, manter e modernizar a infraestrutura crítica de nosso país”, disse Schumer.
A legislação, concluída após semanas de negociações, deve alcançar americanos em todo o país com amplos subsídios para estradas, água e rede elétrica. O gigantesco projeto de lei está repleto de benefícios para vários setores e regiões.
“Todo senador pode olhar para pontes e estradas e a necessidade de mais banda larga, hidrovias em seus estados, portos e aeroportos, e ver os benefícios, benefícios muito concretos, sem trocadilho, desta legislação”, disse Susan Collins, senadora de Maine, em entrevista no domingo ao programa “State of the Union” da CNN. Collins participou das negociações representando o Partido Republicano.
O pacote inclui cerca de US$ 110 bilhões em novos gastos com estradas e pontes, US$ 73 bilhões em modernização da rede elétrica, US$ 66 bilhões em ferrovias e na rede Amtrak e US$ 65 bilhões em expansão da banda larga. Também prevê US$ 55 bilhões para água potável e US$ 39 bilhões para transporte.
Um dispositivo que enfrentou lobby intenso prevê planos de acesso à Internet de baixo custo como parte do enorme pacote de banda larga, mas, em um aceno à indústria de telecomunicações, inclui uma cláusula deixando claro que o projeto de lei não autoriza o governo a definir preços.
Os republicanos querem um processo de emenda aberto, o que pode levar a dezenas de votações em vários dias. Vários republicanos se manifestaram contra o custo do plano, com o senador de Utah Mike Lee, dizendo que a votação deve ser adiada para depois do recesso de agosto do Senado com o objetivo de dar mais tempo para revisar o projeto.
“Levaram quatro meses, não deveríamos ter pelo menos um ou dois meses?”, disse Lee no plenário do Senado.
Ainda assim, senadores de ambos os partidos esperam que a legislação acabe sendo aprovada sem grandes mudanças.
“Nenhum dos lados conseguiu tudo o que queria”, disse Mitt Romney, outro senador de Utah e um dos negociadores do Partido Republicano. “O povo americano tem esperado um presidente após o outro, dizendo: ‘Vamos melhorar nossa infraestrutura’, e isso simplesmente não é feito. Desta vez, fizemos”, disse no plenário do Senado.
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