Os planos da Apple para reformular toda a linha de Macs com chips M4 focados em IA

Empresa trabalha no desenvolvimento de uma nova família de processadores capazes de suportar novos recursos de inteligência artificial, segundo fontes da Bloomberg News

Macbooks
Por Mark Gurman
13 de Abril, 2024 | 11:15 AM

Bloomberg — A Apple (AAPL), de olho em impulsionar as vendas lentas de seus computadores, se prepara para reformular toda sua linha de Macs com uma nova família de processadores projetados para destacar a inteligência artificial (IA).

A empresa, que lançou seus primeiros Macs com chips M3 há cinco meses, já está perto da produção da próxima geração - o processador M4 - de acordo com pessoas com conhecimento do assunto ouvidas pela Bloomberg News.

O novo chip virá em pelo menos três variedades principais, e a Apple planeja atualizar todos os modelos de Mac com ele, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas porque os planos ainda não foram anunciados.

O desenvolvimento de novos Macs estão em andamento em um momento crítico. Após atingir o pico em 2022, as vendas dos computadores da Apple caíram 27% no último ano fiscal, que terminou em setembro. No período de compras de fim de ano, a receita da linha de computadores ficou estagnada.

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A Apple tentou dar nova vida ao negócio de Macs com um evento de lançamento focado no M3 em outubro, mas esses chips não trouxeram grandes melhorias de desempenho em relação ao M2 do ano anterior.

A Apple também corre atrás no campo da IA, no qual é vista como uma retardatária em relação a Microsoft (MSFT), Google, da Alphabet (GOOGL), e a outras empresas de tecnologia. Os novos chips fazem parte de um esforço mais amplo para incorporar capacidades de IA em todos os seus produtos.

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A Apple pretende lançar os computadores atualizados a partir do final deste ano e estender até o início do próximo ano.

Haverá novos iMacs, um MacBook Pro de 14 polegadas de baixo custo, MacBook Pros de 14 e 16 polegadas de alta performance e Mac minis - todos com chips M4. Mas os planos da empresa podem mudar. Um porta-voz da Apple se recusou a comentar.

As ações da Apple subiram 4,3%, para US$ 175,04, na quinta-feira (11) em Nova York, o maior ganho diário em 11 meses, quando a notícia foi publicada pela Bloomberg. Elas estavam em queda de 13% este ano até o fechamento de quarta-feira. Na sexta-feira (12), os papéis avançaram 0,86% e fecharam em US$ 176,55.

A mudança marcará um rápido cronograma de atualização para o iMac e MacBook Pro, pois ambas as linhas foram atualizadas em outubro passado. O Mac Mini foi atualizado pela última vez em janeiro de 2023.

A Apple planeja então seguir com o lançamento de mais Macs M4 ao longo de 2025. Isso inclui atualizações para o MacBook Air de 13 e 15 polegadas na primavera no hemisfério norte, o Mac Studio por volta do meio do ano e o Mac Pro mais tarde em 2025.

O MacBook Air recebeu o chip M3 no mês passado, enquanto o Mac Studio e o Mac Pro foram atualizados com processadores M2 no ano passado.

A linha de chips M4 inclui uma versão de entrada denominada Donan, modelos mais poderosos chamados Brava e um processador topo de linha codinome Hidra.

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A empresa planeja destacar as capacidades de processamento de IA dos componentes e como eles se integrarão com a próxima versão do macOS, que será anunciada em junho na conferência anual de desenvolvedores da Apple.

O chip Donan está chegando ao MacBook Pro de entrada, aos novos MacBook Airs e a uma versão de baixo custo do Mac Mini, enquanto os chips Brava rodarão os MacBook Pros de alta performance e uma versão mais cara do Mac mini.

Para o Mac Studio, a Apple testa versões tanto com um chip da era M3 ainda não lançado quanto com uma variação do processador M4 Brava.

O desktop Apple de ponta, o Mac Pro, está programado para receber o novo chip Hidra. O Mac Pro continua sendo o modelo de vendas mais baixas na linha de computadores da empresa, mas tem uma base de fãs fiéis.

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Depois que alguns clientes reclamaram das especificações dos chips internos da Apple, a empresa pretende reforçar essa máquina no próximo ano.

Como parte das atualizações, a Apple considera permitir que seus desktops Mac de ponta suportem até meio terabyte de memória.

O Mac Studio e o Mac Pro atuais têm capacidade máxima de 192 gigabytes - muito menos capacidade do que o Mac Pro anterior da Apple, que usava um processador da Intel (INTC).

A máquina anterior funcionava com memória que poderia ser adicionada posteriormente e lidar com até 1,5 terabytes. Com os chips internos da Apple, a memória está mais integrada ao processador principal, tornando mais difícil adicionar mais.

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O foco principal da Apple este ano é adicionar novos recursos de inteligência artificial em todos os seus produtos. A empresa planeja apresentar uma série de novos recursos em sua conferência de desenvolvedores de junho.

Uma grande parte desses recursos foi projetada para funcionar nos próprios dispositivos - em vez de em servidores remotos - e chips mais rápidos ajudarão a impulsionar essas melhorias. A Apple também planeja fazer atualizações focadas em IA para o processador do iPhone deste ano.

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A mudança da empresa para chips desenvolvidos internamente fazia parte de uma iniciativa de longa data conhecida como Apple Silicon.

A gigante da tecnologia começou a usar seus próprios semicondutores no primeiro iPad e no iPhone 4 em 2010, antes de trazer a tecnologia para o Mac em 2020. O objetivo era unificar melhor seu hardware e software com componentes subjacentes, substituindo os processadores fabricados pela Intel.

Até agora, o esforço tem sido um sucesso, ajudando a impulsionar o desempenho e a facilitar o redesenho de dispositivos como o último MacBook Air, iMac e MacBook Pro.

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Os chips Mac da Apple são baseados na mesma arquitetura subjacente da Arm (ARM) usada nos processadores do iPhone e iPad, permitindo produtos mais finos com melhor vida útil da bateria e menos necessidade de ventiladores de resfriamento.

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