Intel desafia liderança da Nvidia com nova versão de chip acelerador de IA

Fabricante apresentou uma nova versão do Gaudi3, seu chip especializado para treinar e executar aplicações de IA

Intel
Por Ian King
09 de Abril, 2024 | 04:51 PM

Bloomberg — A Intel (INTC) apresentou uma nova versão de seu chip de inteligência artificial, com o objetivo de desafiar a Nvidia (NVDA) em uma das áreas de crescimento mais rápido do setor de semicondutores.

O processador atualizado, chamado Gaudi 3, estará disponível no terceiro trimestre, disse a Intel em um evento da empresa nesta terça-feira (9).

O chip é projetado para aumentar o desempenho em duas áreas-chave: ajudar a treinar sistemas de IA - um processo que envolve bombardeá-los com dados - e executar o software finalizado.

A demanda crescente por serviços de IA levou as empresas de tecnologia a procurarem por esses chamados chips aceleradores, mas a Nvidia tem visto a maioria dos benefícios.

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Versões anteriores do Gaudi não conseguiram alcançar os ganhos de participação de mercado que a Intel esperava, disse o CEO Pat Gelsinger. Ele espera que o novo modelo tenha um impacto maior.

“Eles são bons concorrentes, mas as pessoas querem uma alternativa”, disse ele na terça-feira sobre a Nvidia. “O mundo precisa de mais fornecedores, e estamos bastante dedicados a fornecer essa escolha.”

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As ações da Intel subiram menos de 1%, para US$ 38 às 13h33 em Nova York na terça-feira, revertendo uma queda anterior. Elas haviam caído 24% este ano até o fechamento de segunda-feira.

Gelsinger se recusou a fornecer preços, mas disse que seus chips ficariam “muito abaixo” do custo dos chips atuais e futuros da Nvidia. Eles fornecerão um “custo total de propriedade extremamente bom”, disse ele.

Desafiar a Nvidia não será fácil. O sucesso do acelerador H100 da empresa ajudou a companhia a mais do que dobrar a receita e elevou seu valor de mercado para mais de US$ 2 trilhões. E agora a Nvidia procura aumentar sua liderança com uma plataforma de chip recém-anunciada chamada Blackwell. Sistemas baseados nesse produto estarão disponíveis ainda este ano, disse a empresa em março.

Segundo a avaliação da Intel, o Gaudi 3 será mais rápido e mais eficiente em relação ao consumo de energia do que o H100. Ele treinará certos tipos de modelos de IA 1,7 vezes mais rapidamente e será 1,5 vezes melhor na execução do software, afirma o fabricante do chip.

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O produto será aproximadamente igual ao novo H200 da Nvidia, disse a Intel, apresentando um desempenho ligeiramente melhor em algumas áreas e um pouco atrás em outras.

A Intel, sediada em Santa Clara, na Califórnia, disse que não pode fornecer comparações com a próxima linha Blackwell da Nvidia até que esses produtos estejam disponíveis publicamente.

O rival da Intel, Advanced Micro Devices (AMD) - seu concorrente de longa data em processadores de computador pessoal - também busca ingressar nesse campo. Ela apresentou uma linha de aceleradores chamada MI300 em dezembro.

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Gelsinger, da Intel, disse que não está apenas tentando alcançar a Nvidia. Ele espera que a IA traga um maior benefício para o setor - especialmente à medida que a tecnologia se espalha além de sua concentração atual nos data centers de empresas como Microsoft (MSFT) e Alphabet (GOOGL), dona do Google.

Computadores pessoais, telefones celulares e equipamentos de rede exigirão chips capazes de lidar com tarefas de IA e fornecer aos usuários feedback instantâneo - algo que nem sempre é possível com servidores remotos.

Quando a Intel anunciou seus resultados do quarto trimestre no final de janeiro, Gelsinger disse que estava aumentando o fornecimento de Gaudi para atender aos pedidos crescentes e que a empresa tem um “pipeline” para 2024 de “acima de US$ 2 bilhões e crescendo”.

O mercado mais amplo de gastos corporativos em equipamentos de IA generativa aumentará de US$ 40 bilhões em 2024 para US$ 151 bilhões em 2027, disse a Intel, citando pesquisas de mercado.

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Mas isso apenas destaca quanto a Nvidia tem de vantagem. A empresa teve uma receita de data centers de mais de US$ 47 bilhões nos 12 meses encerrados em janeiro. No ano fiscal atual, esse total ultrapassará US$ 95 bilhões, segundo estimativas de analistas.

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