Bloomberg Línea — A semana chegou ao fim com poucos anúncios de aportes em startups, depois de uma sequência de eventos do setor no Brasil e na América Latina, incluindo Web Summit Rio, Brazil at Silicon Valley e South Summit.
A Allugg fez o principal informe no Brasil ao divulgar que levantou R$ 30 milhões por meio de um FIDC para apoiar a expansão do negócio.
O volume mais baixo de investimentos tem se repetido em 2025, com exceção do mês de fevereiro, quando as startups locais captaram US$ 322 milhões.
Em março, o valor caiu para US$ 40 milhões e, em abril, subiu para US$ 97,6 milhões, segundo o mais recente relatório do SlingHub.
O montante representou apenas 9% de todo o capital aportado na América Latina, que somou US$ 1,1 bilhão.
O México, com duas rodadas da Kavak, totalizou US$ 527 milhões e ficou com a liderança na região em abril. Respondeu por quase 50% de todo o volume movimentado em dívida e equity.
Veja as principais rodadas de semana:
Allugg
Com foco em locação de equipamentos tecnológicos para empresas, a Allugg levantou R$ 30 milhões por meio de um FIDC estruturado com apoio da Oslo DTVM.
Fundada em 2021, a startup atua com um modelo de Hardware as a Service (HaaS) e atende atualmente cerca de 200 clientes, dos quais 70% são startups em tração.
A nova rodada permitirá à empresa expandir o atendimento para companhias de médio e grande porte do setor de tecnologia. A expectativa é a de adquirir até 10 mil equipamentos como notebooks e desktops ao longo dos próximos 18 meses.
Os recursos também devem fortalecer o caixa e sustentar o crescimento da operação, que vem dobrando de tamanho anualmente. A meta é alcançar um ARR (receita recorrente anual) acima de R$ 25 milhões em 2025.
Antes desse novo veículo, a startup operava um FIDC de R$ 20 milhões com apoio de family offices.
A Allugg recebeu anteriormente R$ 4 milhões em uma rodada pré-Seed com participação do centro de inovação CESAR — que atua como venture builder e parceiro tecnológico —, além de investidores-anjo como Rodrigo Helcer (Stilingue) e Carlos Boschetti (ex-BCP Claro).
Luzia
A espanhola Luzia, desenvolvedora de uma assistente pessoal baseada em inteligência artificial, captou US$ 13,5 milhões em uma rodada liderada pela Prosus Ventures, com a participação da Khosla Ventures e da Monashees, investidores já presentes no cap table. O novo aporte eleva o total levantado pela startup para quase US$ 49 milhões desde 2023.
Com presença em mais de 40 países e 65 milhões de usuários globalmente, a Luzia planeja utilizar os recursos para aprimorar seu produto, integrando tecnologias e adicionando funcionalidades inéditas à sua plataforma.
A startup também pretende reforçar sua presença na América Latina, com foco em mercados como México, Colômbia, Argentina e Brasil. Como parte desse plano, está prevista a abertura de seu primeiro escritório no Brasil ainda neste ano, visando atrair talentos locais e adaptar o produto às necessidades específicas da região.
Diio
A chilena Diio, que desenvolve uma plataforma de assistente de vendas nativa em inteligência artificial, levantou uma rodada Seed de US$ 2,5 milhões liderada pelo fundo Base10. Com operação em português, espanhol e inglês, a startup planeja usar os recursos para expandir a atuação no Brasil e no México.
Fundada por Paolo Colonnello e Nicolás Kipreos, empreendedores com experiência em software como serviço (SaaS), a Diio usa IA para transformar interações com clientes em dados acionáveis. A ferramenta é utilizada por mais de 200 empresas, incluindo Buk, Xepelin, Toku e Cobre.
A startup posiciona sua solução como um “Google Maps das vendas”, prometendo mais velocidade e eficiência comercial por meio de seu motor de IA proprietário, chamado Spark.
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