Pílula da Eli Lilly para obesidade avança após estudos indicarem perda de peso

Farmacêutica busca testar medicamento experimental para obter a aprovação de reguladores para comercializar o produto; pílula é vista como possível substituo aos medicamentos injetáveis, como Ozempic e Mounjaro

Eli Lilly
Por Madison Muller
26 de Agosto, 2025 | 03:45 PM

Bloomberg — A pílula experimental para tratar a obesidade da Eli Lilly ajudou pacientes a perderem 9,6% do peso corporal em um estudo que deixa a empresa mais próxima de uma possível aprovação do novo medicamento por reguladores.

É o segundo de dois testes essenciais que a Lilly planeja usar para mostrar aos reguladores de saúde globais que seu medicamento, chamado orforglipron, é seguro e eficaz para pacientes com obesidade.

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O primeiro estudo decepcionou os investidores no início deste mês, que esperavam uma maior perda de peso e menores taxas de efeitos colaterais.

As injeções para perda de peso da Lilly e da rival Novo Nordisk revolucionaram a forma como a obesidade é tratada, mas as pílulas são a chave para atingir mais pacientes no mercado que deve crescer para US$ 95 bilhões até 2030.

Até o momento, entretanto, a ciência tem sido um desafio e os estudos recentes ficaram aquém das expectativas dos investidores.

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O último estudo da Lilly incluiu pessoas com obesidade que também têm diabetes tipo 2, uma população de pacientes que normalmente tem mais dificuldade para perder peso.

Os pacientes que receberam a dose mais alta de orforglipron perderam cerca de 5 quilos e observaram melhoras significativas nos níveis de açúcar no sangue.

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“Normalmente, é aqui que você esperaria ver mais desafios”, disse Kenneth Custer, presidente da Lilly Cardiometabolic Health, em uma entrevista à Bloomberg News. Os dados, entretanto, são “realmente encorajadores para nós”, ele afirmou.

Os efeitos colaterais do estudo foram principalmente gastrointestinais. Cerca de 10,6% dos pacientes desistiram devido aos efeitos colaterais, disse a Lilly. Resultados mais detalhados serão apresentados em uma próxima reunião médica e publicados em um periódico revisado por pares.

Com esses dados mais recentes em mãos, a empresa está no caminho para solicitar a aprovação regulatória até o final do ano. Se aprovado, o medicamento poderá chegar às prateleiras das farmácias em 2026.

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“Estamos entusiasmados em levar esse medicamento em potencial aos pacientes o mais rápido possível”, disse Custer.

Os analistas têm sido mais cautelosos em relação ao orforglipron e questionam se a Lilly conseguirá atingir as estimativas de Wall Street de US$ 12 bilhões em vendas anuais até 2030. Alguns até reduziram suas previsões de longo prazo.

“Os programas orais de perda de peso continuam a ser altamente controversos em termos de como são vistos por Wall Street”, disse o managing director da Mizuho Securities, Jared Holz, no início deste mês.

A Lilly, por sua vez, continua confiante de que seu medicamento será um divisor de águas para os pacientes que sofrem de obesidade e fez investimentos substanciais para atender à demanda prevista no lançamento.

“Juntamente com a perda de peso, observamos impactos convincentes sobre a glicemia, a pressão arterial, os lipídios e os biomarcadores inflamatórios”, disse Custer, “e você consegue tudo isso em um único comprimido que usa uma tecnologia subjacente diferente”.

-- Com a colaboração de Katerina Petroff.

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